Qual de nós nunca ficou preocupada com os tufos de fios que ficam agarrados no pente ou na escova quando lavamos ou penteamos o cabelo? Especialistas dizem, no entanto, que, se a quantidade de fios não forexcessiva, não é preciso se preocupar, porque, à medida em que vamos envelhecendo, é natural que os fios comecem a cair. A queda de cabelos, pelos mais diferentes motivos, pode ser tratada. Mas pode também levar à calvície, um mal que atinge 30% das mulheres aos 70 anos. “A queda excessiva de cabelo pode estar relacionada a predisposições genéticas e alterações hormonais”, explica esta reportagem que Mariana Coutinho escreveu para O Globo.
Leia :
O emaranhado de fios que ficam na escova de cabelos, na fronha ou no box do banheiro podem ser sinal de estresse, alterações hormonais ou estar relacionados a outras doenças e distúrbios. Perder até 100 fios de cabelo por dia é totalmente normal, mas quando a queda é muito elevada, é importante consultar um profissional para saber a causa. O passar dos anos aumenta as chances de queda de cabelo nas mulheres, tanto por conta do envelhecimento do bulbo capilar, quanto pelas alterações hormonais da menopausa.
“A mudança do perfil hormonal com a chegada da menopausa gera afinamento e redução de volume dos fios. No metabolismo normal, o cabelo cresce em ciclos em que cerca de 85% está em fase de crescimento e 10% dos fios está caindo. Por isso, alguma queda contínua é normal”, explica a dermatologista Juliana Neiva.
Leia também: Dicas de como tratar e evitar o envelhecimento dos cabelos
A queda excessiva de cabelo pode estar relacionada a predisposições genéticas e alterações hormonais, ligadas a distúrbios de tireoide e síndrome dos ovários policísticos, por exemplo. Pode ser também sintoma de doenças autoimunes, como o lúpus, ou ser desencadeada pelo estresse ou uso de determinados medicamentos. Alterações nutricionais também podem provocar a perda de fios, assim como a fase pós-parto.
Outro fator que pode está ligado à queda é a tração provocada pelo hábito de usar penteados repuxando os cabelos (Sabe aquele rabo de cavalo bem apertado todo dia?). Outra coisa que não ajuda a manter os fios na cabeça são os produtos químicos e o excesso de calor que técnicas para descolorir e alisar os cabelos exigem.
Para evitar a queda, a dermatologista indica cuidar da saúde do couro cabelo, evitando o excesso de química. O ideal é passar protetor solar nos fios e protetores térmicos antes de usar o secador, a chapinha ou o babyliss. Também é importante fazer um check-up clínico para conferir se a queda está dentro do esperado e tentar manter uma rotina saudável, com alimentação balanceada e exercícios físicos. Outro fator a ser controlado é o estresse.
Leia também: Estamos vivendo mais do que uma revolução dos cabelos brancos
Cálvice feminina
A menopausa, em algumas mulheres, pode até desencadear a chamada alopecia, o termo médico para a temida calvíce. O problema, que aparece mais comumente nos homens, afeta cerca de 30% das mulheres por volta dos 70 anos. “A alopecia é caracterizada por alteração no ciclo de crescimento do cabelo, com encurtamento da fase anágena, que leva à miniaturização folicular progressiva. Ou seja, os cabelos ficam ralos e progressivamente o couro cabeludo vai ficando exposto.Nas mulheres, a região central é acometida inicialmente e depois a perda torna-se difusa”, diz a cirurgiã plástica Juliana Sales.
A calvície feminina é causada por fatores genéticos e hormonais e tem níveis que vão do mais leve ao severo. Segundo a cirurgiã, a alopecia nas mulheres está relacionada a receptores de testosterona no folículo piloso, que levam à queda.
“O impacto psicológico da calvície nas mulheres é enorme, com 80% delas sofrendo repercussões negativas na vida pessoal e profissional. Elas experimentam perda da autoestima e desaprovação das pessoas, que muitas vezes julgam essas mulheres como doentes ou menos femininas”, avalia Sales.
Leia também: Para você que gosta de cabelos curtos, bem práticos e com estilo
Para diagnosticar se a queda de cabelo já alcança um nível que possa levar a perdas expressivas, os médicos pedem exames de sangue, dermatoscopia e, em casos especiais, até biópsia do couro cabeludo. O tratamento pode incluir medicação oral e tópica. Também podem ser feitos tratamento com lasers, LED, mesoterapia (injeções locais), MMP e microagulhamento. Se, ainda assim, a mulher estiver se sentindo insatisfeita com a queda, é possível fazer transplantes e implantes capilares para restaurar o que foi perdido.
“O implante capilar protético pode ser uma excelente opção pois permite retomar o volume capilar perdido e cobrir áreas de couro cabeludo aparente. Apesar de serem fios protéticos, ficam muito parecidos com o natural e permitem retomar a autoestima quando a perda capilar é motivo de tristeza e insatisfação”, explica a cirurgiã plástica.
Leia também: Veja os melhores tratamentos para os cabelos na menopausa