Elas são muitas hoje e devem se tornar ainda mais no futuro. Apesar de possuírem considerável poder de compra, não se sentem abraçadas e representadas por marcas de diferentes segmentos. Esse é o cenário vivido por pessoas com mais de 55 anos de idade, segundo a pesquisa Wellness & Beleza Prateada, que mostra que 40% desse público se declaram insatisfeitos com a oferta de produtos e serviços para consumidores dessa faixa etária.
A insatisfação, contudo, revela também que o mercado para os chamados 50+ pode e deve ser mais bem explorado. O estudo conduzido por Dezon, Hype60+ e Tsunami60+ mostra que as categorias mais apontadas pelos entrevistados como as de maior demanda de consumo maduro são: vestuário, calçado e acessórios (56%); alimentos diet ou sem glúten (40%); serviços de turismo (36%); cursos (31%); soluções para acessibilidade em casa (28%); produtos de beleza e higiene pessoal (27%); e cursos de línguas/intercâmbio (22%).
“Foi uma surpresa quando a gente perguntava para as pessoas sobre marcas que conversam com elas. Ficava um silêncio na sala. Não tinha nenhum recall de marca”, compartilha Layla Vallias, do Hype60+, uma das coordenadoras da pesquisa. O estudo será apresentado neste domingo (8), Dia Internacional da Mulher, durante o evento Beleza Pura, no Unibes Cultural (R. Oscar Freire, 2.500). Na programação estão incluídos workshops, palestras e exposições sobre o universo das mulheres prateadas.
A carência de informações sobre o público motivou o estudo. Ao todo, foram 2.500 homens e mulheres consultados no País. Com informações quantitativas e qualitativas levantadas, as análises dos resultados subvertem estereótipos e mostram, por exemplo, que 25% das mulheres maduras têm relação sexual semanalmente.
Para as marcas obterem uma comunicação efetiva, explica Layla, é necessário adentrar o que muitas vezes não se percebe e se respeita no etarismo: a diversidade. “O público 50+ é um público muito heterogêneo. Tem uma segmentação etária, de gênero. Homens e mulheres envelhecem de formas muito diferentes.”
Mergulhar na heterogeneidade do etarismo significa, por exemplo, recorrer a rostos em campanhas que façam o público se identificar com a marca, ainda que muitas empresas tenham medo do rótulo da velhice, aponta o estudo.
“As marcas que não olham para a longevidade estão perdendo mercado. Hoje, quando uma marca que tem 40% do público com mais de 50 anos insiste em fazer briefing para pessoas de 18 a 30 anos, ela vai passar a não bater meta”, conclui Layla.