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O tempo está sendo generoso com Tom Cruise. Aos 60 anos, completados neste domingo(3), o ator continua galã e em plena atividade. Ele acaba de lançar o filme Top Gun:Maverick, que já alcançou mais de um bilhão de dólares de bilheteria. É o seu trabalho de maior sucesso. Tom, que chegou a pensar em se tornar padre franciscano, mudou de ideia e, no cinema, virou verdadeira máquina de fazer dinheiro.
Neste artigo para o Estadão, o profundo conhecedor de cinema Luiz Carlos Merten afirma: “Tom virou astro, e hoje é considerado o maior de todos. Faz parte da sua lenda pessoal o fato de dispensar dublês e rodar, ele próprio, as cenas perigosas de seus filmes. Para isso, cuida do corpo, para mantê-lo atlético e saudável.”
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César Charlone, que assina a direção de fotografia de Feito na América, de 2017, ficou impressionado com a disciplina de Tom Cruise. O trailer do ator parece uma academia, e ele aproveita os momentos de folga no set para se exercitar. A fisicalidade tem marcado a trajetória do astro que, garoto, improvisou aquela dança de cueca em Negócio Arriscado até as inúmeras cenas de corrida nos filmes da série Missão Impossível.
Neste domingo, 3, Thomas Cruise Mapother IV, que o mundo todo conhece como Tom Cruise, completou 60 anos. Nasceu em Syracuse, em 1962. Terá muito que comemorar. Antes do lançamento de Top Gun – Maverick, a missão impossível do astro parecia ser a de salvar a indústria cinematográfica, que sofre com a retração do público na pandemia. Tom conseguiu – o filme ultrapassou US$ 1 bilhão.
Essa o pobre Franco Zeffirelli carregou para o túmulo. Foi em 1981, quando o diretor, ao refazer Romeu e Julieta fora do marco shakespeariano em Amor sem Fim, ele escolheu uma jovem Julieta deslumbrante, Brooke Shields, mas tropeçou feio na escolha de Romeu. Pegou um ator sem graça, nem carisma, Martin Hewitt, sem prestar atenção no sorriso daquele garoto que integrava o elenco de apoio. Já era Tom Cruise. Dois anos mais tarde, e ainda coadjuvante, ele foi um dos ‘outsiders’ em Vidas sem Rumo, de Francis Ford Coppola. Em 1985, co-estrelou a fantasia A Lenda de Ridley Scott, mas o diretor cuidou tanto do visual que descuidou de tudo o mais no filme. Mesmo assim, A Lenda aproximou-o da família Scott e, no ano seguinte, com o irmão Tony, Tom estourou em Top Gun/Ases Indomáveis. O resto é história.
Tom virou astro, e hoje é considerado o maior de todos. Faz parte da sua lenda pessoal o fato de dispensar dublês e rodar, ele próprio, as cenas perigosas de seus filmes. Para isso, cuida do corpo, para mantê-lo atlético e saudável. Deve ter feito intervenções no rosto, mas são cuidadosas, basta ver Top Gun – Maverick. O curioso é que alguns de seus melhores papéis são de homens maduros – o pistoleiro grisalho de Colateral, de Michael Mann, e o produtor caricato de Trovão Tropical, a comédia maluca de Ben Stiller. Até mesmo em Top Gun – Maverick, a questão da idade é fundamental, e o personagem tem de mostrar que ainda é o melhor, sob pena de ser aposentado, compulsoriamente.
No começo da carreira, e cada vez mais famoso, Tom não viu nada demais em servir de escada para que dois veteranos ganhassem o Oscar – Paul Newman em A Cor do Dinheiro, de Martin Scorsese, em 1986, e Dustin Hoffman em Rain Man, de Barry Levinson, em 1988. No ano seguinte, foi indicado para o Oscar por Nascido em 4 de Junho, de Oliver Stone, no papel de Ron Kovic, que ficou tetraplégico na Guerra do Vietnã. Seguiram-se papeis marcantes em A Firma, thriller de Sydney Pollack adaptado do livro de John Grisham, Questão de Honra, de Rob Reiner, em que, como advogado militar, tem de desmontar a autoridade do general Jack Nicholson no tribunal, e Entrevista com o Vampiro, de Neil Jordan, baseado no livro de Anne Rice. Como Lestat, tinha cenas consideradas sugestivas e ousadas com os demais bonitões da trama, Brad Pitt e Antonio Banderas.
Em 1996, descobriu sua mina de ouro ao interpretar Ethan Hunt no primeiro Missão Impossível, de Brian De Palma. Encampou a franquia e filma, atual e simultanealmente, dois novos episódios – Mission Impossible, Dead Reckoning, Part One, para ser lançado no ano que vem, e Part Two, previsto para 2024. Com rigoroso controle da sua imagem – e carreira – fez os chamados filmes de Oscar, Jerry Maguire – A Grande Virada, de Cameron Crowe, e Magnólia, de Paul Thomas Anderson. Entre um e outro, parou durante dois anos para ficar à disposição de Stanley Kubrick em De Olhos bem Fechados, a autópsia de um casal, que interpretou ao lado da então mulher, Nicole Kidman. Apesar dos romances com ela, Penélope Cruz e Katie Holmes, teve uma fase da vida em que foi perseguido pelos rumores de homossexualidade. Olhem o Lestat!
Entrou para a Cientologia, e virou garoto-propaganda da religião ‘baseada em ciência’ fundada pelo autor de ficção-científica, L. Ron Hubbard. Talvez seja o aspecto mais controverso da vida de Tom. Em diversos países, pipocam processos de que a Cientologia faz lavagem cerebral de seus adeptos. Fez nele? A par da religião, é chegado na ficção científica como gênero. Fez Minority Report – A Nova Lei e Guerra dos Mundos, com direção de Steven Spielberg, e o segundo é o episódio intermediário, entre O Terminal e Munique, da trilogia informal do diretor sobre o 11 de Setembro. Seu projeto mais secreto é um filme que parece que vai sair finalmente do papel – Untittled Tom Cruise SpaceX Project. Para encerrar, a pergunta que não quer calar. Qual o melhor filme de Tom Cruise? Cinco – Missão Impossível 2, Guerra dos Mundos, Nascido em 4 de Julho, Magnólia e O Último Samurai.