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Ele foi morar em Portugal depois dos 50

Mudou-se com a família para uma cidade no norte do país e estão se dando muito bem

16/08/2022
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Ovar, onde vive o autor da reportagem, conhecida como Cidade dos Azulejos. Foto: Reprodução/Internet

50emais

Um longo artigo escrito pelo jornalista Marcos Freire para o site eurodicas.com.br, sobre morar em Portugal depois dos 50. Ele se mudou com a família para lá quando já era um cinquentão.

E vive há mais de três anos numa localidade no norte do país, perto da cidade de Porto, a segunda maior cidade portuguesa. Marcos fala muito bem da vida entre os luzitanos.

“Ninguém precisa se sentir deslocado por ter 50 anos ou mais quando chega em Portugal. O país já é um dos que têm a idade média mais alta de toda a comunidade europeia,” afirma Marcos, dando força aos que querem deixar o Brasil:

“Se pretende emigrar com mais de 50 anos, venha. Vai conseguir trabalhar, se divertir e ter uma vida mais segura e mais calma” – é a mensagem dele.

Leia:

Quando cheguei aqui na terrinha já tinha mais de 50 anos de idade e era (e ainda sou) totalmente ativo profissionalmente. Ou seja, não viemos como aposentados (ou reformados, como dizem por aqui). Ao contrário, queria muito trabalhar, tanto por prazer pessoal quanto por necessidade mesmo. Aliás, não dizem que os 50 são os novos 30 ou 40 anos?

Então, os “cinquentões” ainda tem muito a produzir, a criar, a ensinar e a aprender no mercado de trabalho. Mas, é fácil se inserir no mercado de trabalho partindo praticamente do zero? Não, não é. Quem sabe minha trajetória profissional (e a de outros imigrantes com quem eu convivo e que estão na mesma faixa etária) possam ajudar ou dar alguns caminhos para aqueles que também querem emigrar com mais de 50 anos de idade.

Ninguém precisa se sentir deslocado por ter 50 anos ou mais quando chega em Portugal. O país já é um dos que tem a idade média mais alta de toda a comunidade europeia. Dados oficiais mostram que 22,1% da população portuguesa tem mais de 65 anos de idade, praticamente empatado Grécia e Finlândia (ambos com 22,3%), todos os três perdendo apenas para a Itália (23,2%).

Há 20 anos, esta faixa etária da população portuguesa ficava em torno de 16% do total, o que mostra como o envelhecimento tem sido muito maior do que o número de nascimentos.

Se considerar a faixa etária a partir dos 50 anos, este grupo populacional representa mais de 40% de todas as pessoas que vivem no país.

Neste ritmo, a projeção é que Portugal passe a ser o país mais “envelhecido” da Europa por volta de 2050, praticamente empatado com Grécia e Itália, todos com quase 34% da população passando dos 65 anos de idade.

Muita gente acima de 50 anos no mercado de trabalho

Logo que chegamos, fiquei encantado com a quantidade de pessoas mais velhas trabalhando. Via isso sob a ótica de que era positivo existir um mercado de trabalho aberto a essa faixa etária.

Professores e professoras do meu filho eram mais velhos, funcionárias da escola eram mais velhas, motoristas de táxi eram mais velhos.

A capital portuguesa, Lisboa, é uma das cidades mais seguras da Europa; Foto: Reprofução/Internet

Senhoras vendendo peixe nas suas barracas na calçada, outras tantas no mercado municipal, alguns varrendo a rua, caixas de supermercado, balconistas nos cafés, garçons nos restaurantes e por aí vai.

Não deixa de ser positivo, mas hoje já vejo que tinha uma certa miopia e muito romantismo nesse meu deslumbramento.

Trabalhar é importante, sem dúvida, mas muitos daqueles que estavam ainda pegando pesado em trabalhos bem operacionais preferiam estar com a vida mais tranquila.

Talvez cuidando dos netos, da horta, passeando ou até mesmo viajando. Ou seja, não trabalhavam porque queriam, mas porque ainda precisavam, mesmo já tendo dedicado algumas décadas da vida ao trabalho.

Idade para aposentadoria em Portugal

Hoje, a idade normal para pedir a reforma é aos 66 anos e 6 meses de vida.

A idade é ajustada a cada ano  (dependendo de variações, por exemplo, na expectativa de vida da população) e ao menos 15 anos de contribuição para a Segurança Social. Mas quem não conseguiu guardar regularmente algum dinheiro ao longo da vida de trabalho terá certa dificuldade com os valores baixos, na média, pagos aos reformados.

Para os brasileiros, os acordos entre os dois países permitem que o tempo de trabalho e de contribuição no Brasil possam ser considerados no cálculo em Portugal, seguindo alguns critérios. As vantagens (ou não) para quem quiser seguir por este caminho precisam ser bem avaliadas, mas é sempre bom contar com esta alternativa.

Oportunidades para quem passa dos 50 anos

Acompanho com frequência as postagens no LinkedIn, a rede de contatos profissionais, e vejo muitas discussões sobre a dificuldade de os profissionais com mais de 50 anos se recolocarem nas grandes empresas do Brasil, mesmo tendo ótimos currículos.

E o olha que nosso país é sede de muitos e imensos grupos empresariais, além de ter também inúmeras médias e pequenas empresas.

Quando olhamos para Portugal, vemos que o mercado de trabalho é realmente muito menor é realmente muito menor, até mesmo pelo tamanho do país e da população. Além disso, algumas das multinacionais que atuam na Península Ibérica tem seus maiores escritórios cruzando a fronteira, na Espanha, de onde gerem os negócios. Muitas mantém escritórios ou representações menores em Portugal.

Mas, claro, há também grandes grupos empresariais portugueses, grandes profissionais e um mercado dinâmico. E uma grande vantagem: enquanto o desemprego no Brasil gira em torno de 14%, em Portugal fica mais ou menos na metade disso.

Também existem dificuldades no mercado de trabalho português

Mas a dificuldade não é apenas por já termos 50 anos ou mais. Há algo que funciona por aqui exatamente como no Brasil: rede de relacionamento!

E isso, para quem está chegando em um país novo, é uma grande desvantagem. Mesmo que alguns contatos já tenham sido feitos quando ainda estavam no Brasil, os brasileiros que chegam aqui em busca de alguma oportunidade vão sentir bem o peso de ter que começar uma nova rede de contatos no campo profissional.

Por aqui, ter uma boa “cunha” (o que para nós é aquele amigo ou conhecido que pode abrir algumas portas ou dar aquele “empurrãozinho”) ajuda bastante.

Porto, segunda cidade mais importante do país, é um lugar imperdível. Foto: Reprodução/Internet

Por mais que as empresas estejam abertas a receber os currículos por email ou pelo website, quando a indicação vem de alguém conhecido o peso é realmente muito maior. E quando se tratam de empresas menores, muitas delas familiares, ter alguém que indique faz toda a diferença.

Ter uma rede de contatos facilita a busca

Na prática, nada de ficar em casa mandando o CV pela internet a espera de algum retorno. Até pode ser que funcione, mas o negócio é mostrar a cara, literalmente.

Tanto vale deixar o CV pessoalmente em locais onde se pretende buscar uma oportunidade. Pode ser no hotel em que acha que pode ter uma vaga, na fábrica, no restaurante, no café, no bar, na loja. Puxar conversa com as pessoas e mostrar que tem interesse em trabalhar ajuda bastante no primeiro momento.

Nas cidades menores o processo pode ser mais fácil

Em uma cidade pequena, estratégia funciona ainda mais. Todos costumam ser bem receptivos, pois sabem a importância do trabalho.

O motorista de táxi pode dar dicas, a caixa do supermercado talvez saiba onde estão precisando de gente, e assim por diante. Uma boa caminhada pela cidade, mesmo nas grandes, pode oferecer um mundo de oportunidades. Mantenha os olhos abertos para ver nas montras (as nossas vitrines) os cartazes pedindo colaboradores.

Equivalência do diploma em Portugal

Quando decidimos mudar de país, veio conosco o desejo de também buscar coisas novas no campo profissional. Talvez por justamente já ter mais de 50 anos e ter me sentido realizado profissionalmente em vários momentos ao longo da carreira, não me preocupei muito em continuar apenas na mesma trajetória, na mesma área, fazendo as mesmas coisas.

Claro que isso é um sentimento muito particular e entendo perfeitamente aqueles que chegam como engenheiros ou advogados, por exemplo, e buscam seguir avançando aqui exclusivamente na mesma carreira.

Talvez por esse meu “desapego” profissional, deixei de fazer algo que pode tornar a vida um pouco mais difícil: pedir a equivalência do diploma universitário. Ou seja, meus diplomas de Jornalismo pela PUC-SP, de Administração pela FGV-SP, e de MBA pela Fundação Dom Cabral pouco valem por aqui.

Mas nunca deixei de trabalhar por causa disso. Porém, claro, foram em áreas e circunstâncias em que os diplomas não foram necessários.

Validar seu diploma é fundamental

Uma vez, pouco depois de ter chegado por aqui, estive no Centro de Emprego e Formação Profissional, uma instituição que apoia os desempregados, dá orientação sobre o mercado de trabalho, oferece cursos de formação e aperfeiçoamento.

Queria entender melhor esse novo ambiente em que eu estava chegando e me cadastrar. Quando preenchi meu cadastro, pediram minha formação e eu, todo orgulhoso, soltei tudo o que tinha feito.

Aí veio a pergunta: “Você validou ou pediu equivalência destes diplomas aqui em Portugal?”. Não, respondi. “Então vou ter que colocar aqui que você sabe ler e escrever, pois não tenho nem como dizer que você terminou o ensino médio”. E assim está.

Para eles, sei ler e escrever (pensei em dizer que também era bom de tabuada, mas achei que não ia ajudar). Não posso criticar, pois eu não fiz – ainda – a minha “lição de casa”.

Muita atenção ao reunir a documentação necessária

Por isso, dependendo do que pretende fazer profissionalmente em Portugal, lembre de colocar na bagagem toda a documentação necessária para acertar os seus diplomas, o que inclui até mesmo o seu histórico escolar do ensino médio, aquele que você, se já tiver passado dos cinquenta anos de idade, terminou há mais de 30 anos.

Vale lembrar também que há uma série de profissões em que há acordos com as entidades que representam as categorias profissionais (como OAB e CREA), o que pode tornar tudo mais fácil.

Antiga capital de Portugal, Coimbra abriga uma cidade velha medieval preservada e a histórica Universidade. Foto: Reprodução/Internet

Podemos mais do que imaginamos

Darwin já dizia que sobrevivem aqueles com maior capacidade de adaptação, não obrigatoriamente os mais fortes.

Chegar em um novo país e seguir firme nesta nova vida é realmente um grande experimento “darwinista”. Já cruzei com gente muito confiante, forte, mas cheia de restrições do tipo “isso eu não faço” ou “só trabalho na minha área”.

E esses tendem a ser os primeiros a desistir da ideia de uma vida realmente nova. Tirando, naturalmente, coisas que vão de encontro aos nossos princípios morais e éticos, estar aberto ao novo (principalmente para quem tem mais de 50 anos) pode ser a linha que separa o sucesso do fracasso nesta empreitada.

O lado bom de encarar os novos desafios e apostar na resiliência: descobrimos que somos bons em muita mais coisas do que imaginávamos e que também gostamos e nos divertimos com atividades que até então pareciam nem passar por perto do nosso repertório. É quase como aquele prato que não gostamos de comer, sem nunca ter experimentado. Um dia, na casa de alguém, com certa cerimônia, acabamos comendo e até gostando.

Ou quando a fome aperta e a gente descobre que está num pequeno restaurante de estrada, no meio da noite, e que provavelmente não terá nada aberto até o dia seguinte. Comemos e ainda fica aquela sensação de que “até não é tão ruim assim”.

Encarando novas experiências

Desde que cheguei, vim disposto a abrir meu leque de opções profissionais. Descobri a hotelaria, trabalhei em café e em fábrica.

Confesso que me diverti muito em todas essas experiências. Serão novas carreiras? Vou crescer do ponto de vista de cargos? Provalvelmente não. Mas, como disse, não é isso que me move hoje.

Simplesmente fui me adaptando e encaixando o que eu já tinha de habilidades às novas demandas que foram surgindo. E tudo isso sem “trair” meu amor pela comunicação, pois continuo a escrever (você está lendo esse artigo, não?), criando conteúdos para redes sociais, colaborando pontualmente com agências de comunicação no Brasil.

E assim como eu, há outros brazucas “cinquentões” (ou até mesmo na casa dos 60, 70 anos) que se reinventam, decidem empreender. Há lojas de roupas e pratas, cafés, um variado comércio (virtual ou físico) de coxinhas, pão de queijo, pizza, feijoada, produtos brasileiros em geral. Todos com nossos conterrâneos, tanto no atendimento quanto na gestão.

Os que vão para as fábricas, dirigem caminhões (os “pesados”, como se diz por aqui), e que vão ter contato direto com o público nos cafés e nos restaurantes (diga-se de passagem que o jeito mais expansivo do brasileiro casa muito bem com os cafés e restaurantes), vão vender imóveis. São diversas as possibilidades!

“Ah, mas eu sou engenheiro formado pelo ITA e quero uma oportunidade na minha área”. Ok, vale tentar sim. Mas não deixe de olhar para tantas portas que se abrem e que podem parecer tão “nada a ver” e que, no final, nos realizam tão ou mais do que o modelo ao qual estávamos acostumados.

Nem tudo é trabalho

Claro que trabalhar é importante, principalmente se você não tem uma fonte de renda no Brasil que, dividida por mais de seis, possa te dar o conforto que você quer aqui na Europa. Nunca é demais lembrar que aqui gastamos em euros. Mas nem tudo gira em torno do trabalho, felizmente.

E para nós, os 50+, Portugal tem muito a oferecer. Nem vou falar sobre segurança, tranquilidade, porque teria pouco a acrescentar a tudo que é falado em todos os sites e portais, por exemplo. Mas a tranquilidade e a segurança fazem realmente a diferença para que tenhamos vontade de fazer uma série de coisas que, por receio ou medo, fomos deixando de lado no Brasil.

Posso falar com conhecimento de causa sobre andar de bicicleta, por exemplo. Eu já estou mais para os sessenta do que para os cinquenta e adoto a bicicleta para praticamente tudo o que faço. Do trabalho ao supermercado, dos passeios pela cidade até às pedaladas mais longa para conhecer o país. Já pedalava no Brasil, é verdade, mas aqui a sensação de segurança é muito superior. Vivo numa cidade pequena, o que ajuda.

Talvez, para a turma de Lisboa e do Porto os cuidados tenham que ser maiores, mas os riscos estão bem longe daqueles de São Paulo. Aos finais de semana, principalmente, cruzo com pelotões de ciclistas na beira da estrada, grande parte deles já com cabelos brancos.

Os cafés na praia do Furadouro, perto de casa, ficam cheios de bikers. Vez ou outra ponho a magrela no comboio e vou até o Porto, para depois voltar pedalando para casa, sempre cruzando com “velhinhos” sobre duas rodas.

Cidade de Aveiro, considerada, por seus canais, a Veneza portuguesa. Foto: Reprodução/Internet

Qualidade de vida no dia a dia

No dia a dia é a mesma coisa: senhoras de bicicleta indo trabalhar no hotel, outras indo ao mercado, muitos avós e avôs indo buscar os netos na escola na companhia da bicicleta. Sem contar os mais aventureiros que viajam de bike.

Há pequenos grupos de holandeses, alemães, espanhóis e mesmo de portugueses (todos com mais de 50 ou 60 anos) que costumam pernoitar no centro da cidade como parte do roteiro que se inicia no Porto e, para os mais corajosos, pode terminar em Lisboa.

Ah, para quem não se sente seguro para se equilibrar nas magrelas, há um projeto muito interessante em algumas cidades de Portugal, o “Pedalar sem idade”.

E não é só pedalando que a gente se diverte por aqui. Caminhar é outra daquelas atividades que fazemos em Portugal com muito mais leveza e tranquilidade.

Ninguém vai pular no seu pescoço para roubar seu celular, por exemplo. Conhecer Portugal andando é um grande prazer. E nós, os velhinhos, estamos por todos os lados. E não falo apenas dos turistas. Os compromissos da rotina diária, principalmente nas cidades menores, podem ser encarados sem necessidade do carro. As distâncias são menores, é tudo perto.

Sem contar que eu não me canso de olhar encantado para a cidade onde moro, mantendo aquela sensação de quem está vendo pela primeira vez aquelas casas com fachadas azulejadas.

E no Porto, então? Quem desce lá da Universidade do Porto, passando pela livraria Lello, se deslumbrando com a estação São Bento, caminhando pela rua das Flores (com direito a um café com nata), se perdendo nas vielas até chegar à ribeira do Douro vai cruzar pelo caminho com muita gente mais velha, andando sem preocupação com segurança, desfrutando as belezas da cidade (e pra descer, todo santo ajuda…).

É possível aproveitar Portugal de diversas formas

Portugal tem isso de bom. É tudo muito perto, o que também favorece as viagens curtas, muitas vezes de bate-e-volta no mesmo dia. Esses pequenos passeios fazem parte da nossa rotina e sempre vejo pessoas mais velhas nos parques que conheço, nos novos restaurantes que vou experimentar, nos centros históricos, nos museus.

Vale ressaltar que o preço dos combustíveis e dos pedágios (portagem, como fala-se aqui) não é dos mais baixos, o que também torna as viagens curtas mais vantajosas.

Cultura acessível por toda parte

Do ponto de vista cultural, as atrações são inversamente proporcionais ao tamanho do país. É incrível a quantidade de coisas que se pode fazer por aqui. E a maior parte das atividades tem preços reduzidos ou são gratuitas para os que tem pelo menos mais de 60 anos. Cidades como Lisboa e Porto reúnem os principais equipamentos culturais, é verdade, mas mesmo os concelhos menores possuem seus teatros, museus e centros de cultura.

Quem vem de uma cidade como São Paulo, como eu, sente um certo baque inicial. Mas aos poucos vai descobrindo todas as possibilidades que a cidade oferece. Os grandes shows e espetáculos não estarão, de modo geral, nos menores municípios. Mas nada que um passeio de comboio não resolva. Falo da minha própria experiência: já pegamos o trem para assistir a um concerto que queríamos muito em Lisboa e foi divertidíssimo.

Mas para não dizer que tudo é perfeito para nós, os mais velhos, outro dia resolvi que queria ser bombeiro voluntário. Fazia parte daquela ideia de abrir horizontes, de ter novas experiências. E sempre achei a profissão de bombeiro muito linda. Mas não deu. A idade máxima é de 45 anos.

Então, se pretende emigrar com mais de 50anos, venha! Vai conseguir trabalhar, se divertir e ter uma vida mais segura e mais calma. Só não vai conseguir ser bombeiro.

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Iniciei minhas atividades como jornalista na década de 70. Trabalhei em alguns dos principais veículos nacionais, como O Estado de S. Paulo e Jornal de Brasil. Mas a maior parte da minha carreira foi construída no exterior, trabalhando para a emissora britânica BBC, em Londres, onde vivi durante mais de 16 anos. No retorno ao Brasil, criei um jornal, do qual fui editora até me voltar para a internet. O 50emais ganhou vida em agosto de 2010. Escolhi o Rio de Janeiro para viver esta terceira fase da existência.

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