Estrela da novela “Mar do Sertão” e do filme O Debate, em cartaz, Debora Bloch, aos 59, é definitiva: “Não trocaria o que tenho hoje pela minha juventude. ”
Preocupada com o momento que o Brasil está vivendo, ela explica que O Debate é “Um filme que faz a gente pensar no país e de que maneira queremos participar desse momento histórico, às vésperas da eleição que pode mudar os rumos do Brasil.”
Neste trecho que selecionamos da entrevista concedida a Livia Breves, de O Globo, a atriz, mãe de dois filhos, fala, principalmente, de como vem encarando a passagem do tempo, e conta que se apaixonou aos 55 anos.
Como lida com a passagem do tempo?
A cobrança com a mulher é muito maior do que com o homem. E eu ainda tenho a questão de ser atriz. O close é implacável, mostra o que não enxergo no espelho. Mas não sou apegada a querer ficar jovem. Isso é garantia de infelicidade.
Meu corpo mudou e batalho por ele: faço exercícios, ioga, laser, me cuido. A maturidade traz muitos benefícios. Não trocaria o que tenho hoje pela minha juventude. Sou muito mais tranquila, menos angustiada, não sofro por bobagem. Mas, claro, há um lado difícil: ninguém gosta de rugas e ficou muito mais complicado comprar biquíni.
A libido e a sensualidade mudam com o tempo?
O corpo vai mudando, mas independentemente disso dá para continuar tendo desejo e sendo desejada. Sensualidade existe em qualquer idade, assim como a libido.
Você se apaixonou aos 55 anos.
Foi uma surpresa até para mim. Pensava que não me casaria novamente (ela foi casada com o fotógrafo Edgar Moura, dos 21 aos 28 anos, e com o chef Olivier Anquier, dos 28 aos 43, pai de Júlia e Hugo). Eu estava há 12 anos vivendo solteira e adorando.
Tive meus casos, claro, sempre saí bastante, e isso me deixava muito feliz. Nunca tive problema em ir para os lugares sozinha, isso é uma bobagem que só atrapalha a vida das mulheres. Depois de muito tempo casada e de um período entendendo como é ser solteira, percebi que não precisava de homem ao meu lado para me sentir bem.
Sem querer falar de vidas passadas, quando me separei e me libertei dessa ideia de que tem que ter alguém, minha vida ficou muito mais divertida. Estar casada por estar casada, não vale. Aprendi isso. Mas, apesar de tudo, quando eu menos esperava, estava apaixonada, e casei.
Qual a maior diferença de casar madura?
Não discutir por besteira. Quando somos jovens, perdemos muito tempo com isso. Um aprendizado importante é saber que a felicidade não pode depender do outro. Já fiz muito isso. Quando mudei, me relacionar ficou muito mais legal.
O casamento é aberto?
Não. Tenho que evoluir nesse ponto (risos).
Veja o trailer do filme O Debate: