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Três brasileiras integram a lista da BBC das mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo, em 2022: Érika Hilton, Alice Pataxó e Simone Tebet.
É louvável essa iniciativa da emissora britânica – British Broadcasting Corporation -, principalmente porque divulga internacionalmente o trabalho de mulheres nem sempre valorizadas em seu próprio país de origem.
As brasileiras figuram ao lado de gente como a primeira dama da Ucrânia, Olena Zelenska, e muitas outras mulheres conhecidas e desconhecidas.
Leia um trecho do artigo publicado pelo site da BBC Brasil:
Entre elas está o fenômeno global da música Billie Eilish, a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, as atrizes Priyanka Chopra Jonas (India) e Selma Blair (EUA), a “czarina do pop russo”, Alla Pugacheva, a recordista do salto triplo, a venezuelana Yulimar Rojas e a autora ganense Nana Darkoa Sekyiamah.
Três brasileiras também se juntaram ao seleto time das mais inspiradoras, ampliando a participação do Brasil. São elas a ativista e jornalista indígena Alice Pataxó, a senadora Simone Tebet, ex-candidata à presidência da República, e Erika Hilton, a primeira mulher trans negra eleita para o Congresso nacional.
Direitos das mulheres
Em sua décima edição, o BBC 100 Women faz um balanço do progresso conquistado pelas mulheres em uma década. Embora tenha havido enormes avanços nos direitos das mulheres – do aumento do número de líderes femininas ao movimento MeToo – para mulheres em muitos cantos do mundo, ainda há um longo caminho a ser percorrido.
A lista deste ano reflete o papel de mulheres inseridas em graves conflitos em todo o mundo: das corajosas manifestantes que exigem mudanças no Irã ao rosto feminino do conflito e da resistência na Ucrânia e na Rússia.
Pela primeira vez, esse ano também pedimos a mulheres selecionadas em edições anteriores do 100 Women indicações de nomes que em sua opinião merecem ser incluídas na lista de 2022.
Erika Hilton
Primeira mulher trans negra a ser eleita deputada federal no Brasil, Erika Hilton é uma ativista que luta contra o racismo, a favor dos direitos humanos e da comunidade LGBTQ+.
Ainda adolescente, foi expulsa de casa pela família conservadora e teve de morar nas ruas, antes de conseguir entrar numa universidade, onde se dedicou ao estudo de política. Ela se mudou para São Paulo, filiou-se ao PSOL, partido de esquerda, e em 2020 foi eleita vereadora.
É de sua autoria o projeto de lei que resultou na criação de um fundo muncipal para combater a fome na maior cidade brasileira.
Nossa luta é por direitos iguais, salários iguais e o fim da violência de gênero contra quem quer que seja, pretos, latinos, brancos, pobres, ricos, cis ou transgêneros.
Alice Pataxó, ativista indígena
A ativista do clima, jornalista e influencer Alice Pataxó se dedica a aumentar a conscientização sobre como as políticas do atual governo Bolsonaro ameaçam as terras indígenas. Como a voz mais conhecida do povo Pataxó, ela questiona a visão colonial sobre as comunidades indígenas e denuncia assassinatos de ativistas ambientais no Brasil.
Ela é jornalista do Colabora e produtora de conteúdo no YouTube por meio do canal Nuhé, palavra que se refere à resiliência dos povos indígenas no Brasil.
Malala Yousafzai
Indicada pelo vencedor de 2021, a ativista da educação Malala Yousafzai.
“Tenho tanto orgulho em indicar a Alice Pataxó para o BBC 100 Women deste ano. O compromisso inabalável da Alice na luta que envolve mudanças climáticas, equidade de gênero e direitos indígenas me dá esperança de que um mundo mais igualitário e sustentável está ao nosso alcance.”
Simone Tebet, Senadora
Vista por muitos como uma figura central para amenizar a profunda polarização que afeta o país, Simone Tebet terminou em terceiro lugar na corrida presidencial. Ela foi eleita para deputada estadual em 2002 e prefeita de sua cidade natal, Três Lagoas (MS), por dois mantados consecutivos, em 2004 e 2008. Em 2014, chegou ao Senado Federal com mais de 52% dos votos válidos em seu Estado.
Tebet foi a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, considerada a mais importante da casa. Professora de Direito por mais de uma década, Tebet também foi presidente da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher.