Marlene Damico Lamarco
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Antes de conhecer a pratica meditativa, eu tinha um conceito, ou melhor dizendo, um pré-conceito, achava que os orientais exageravam na descrição de seus momentos de exaltação, que o “nirvana”* era um estado de luz para poucos mortais e, sem dúvida, entre eles, nenhum ocidental, como eu.
Tentei vários métodos sem muito sucesso, porque sempre tive uma mente acelerada. Foquei na respiração e quando o relaxamento começava nos dedos dos pés, sentia uma certa calma, mas quando chegava nos joelhos eu já estava fazendo a lista do supermercado, ou a agenda do dia seguinte. Enfim, não conseguia passar de cinco minutos e desistia.
Existem muitas técnicas. Para mim, a Meditação Transcendental foi diferente, pois, como ela não exige concentração e ensina técnicas objetivas, consegui encontrar um espaço de quietude dentro de mim, que transformou a minha maneira de estar no mundo.
Eu não era acelerada, eu “estava acelerada” … e a partir daí passei a praticá-la duas vezes por dia, todos os dias. Assim, tive a oportunidade de vivenciar essa simples, mas profunda experiência, e de me livrar dos jargões que estereotiparam a meditação como pratica mística, esotérica ou culto religioso.
Através do silêncio interior consegui alcançar um grau de felicidade nunca antes conhecido: eu e o silêncio. Os orientais tinham razão!
Com apenas dois meses de prática, curei-me de uma taquicardia atrial, consequência de um grande estresse profissional, que me custou dois anos de respiração ofegante e a ingestão de muitos remédios.
Dessa forma, a meditação entrou na minha vida e desde então (trinta anos) o meu coração achou o seu compasso e eu passei a ver e a ouvir coisas que me passavam desapercebidas. Quem caminha aceleradamente perde a oportunidade de desfrutar do caminho.
A meditação é um caminho de silêncio e paz interior, disponível para todos aqueles que desejam se conhecer profundamente e revitalizar a própria visão de mundo.
Através dela você adquire maior domínio sobre si mesmo, libertando-se das expectativas e ansiedades relacionas ao futuro, ou dos infindáveis julgamentos do que viveu no passado.
Você encontra um lugar de “presença interior” e desenvolve pouco a pouco um olhar de serenidade sobre si mesmo e o mundo a sua volta.
A mente e os sentimentos são direcionados para o centro do ser espiritual e aquilo que acontece do lado de fora já não tem mais o poder de abalar a paz que habita o lado de dentro.
A meditação é uma maravilhosa semente de paz, que cultivada no coração de cada um, se manifesta amorosamente em todos os relacionamentos, espargindo uma magia e um encantamento capazes de transformar o mundo!
Experimente! A paz do mundo começa dentro de nós!
* nirvana: termo sânscrito que designa supremo apaziguamento.
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