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A ideia colocada em prática em Nova York, é muito boa: reunir homens e mulheres com mais de 60 anos e jovens num trabalho que exige interação entre os dois lados. Eles se dividem em pares para escrever uma peça de teatro.
É o que fazem os alunos da companhia teatral New York Theatre Workshop, numa ação que permite a troca de experiência, de vivência entre gerações tão diferentes.
No canal que mantém no Youtube a companhia afirma:”somos uma comunidade de artistas e de membros da audiência que acredita no poder transfomador do teatro.” O trabalho que fazem é realmente de vanguarda.
Leia o artigo de Mariza Tavares, do blog Longevidade: Modo de Usar, publicado por O Globo:
Para começar, achei o nome do projeto ótimo: “Mind the gap”. A expressão é utilizada no metrô para que os passageiros prestem atenção no vão entre o trem e a plataforma, mas, nesse encontro entre adolescentes e idosos, significa ter consciência da distância que separa gerações sem deixar que isso impeça a aproximação.
Criado em 2009 pela companhia teatral New York Theatre Workshop, o programa, que é gratuito e não requer qualquer experiência, reúne dois grupos com o mesmo número de participantes: de um lado, jovens de 14 a 19 anos; do outro, pessoas acima dos 60, num total de no máximo 14 alunos.
São formados pares de gerações diferentes e esses indivíduos, com repertórios tão distintos, vão se entrevistar seguindo um roteiro cujo objetivo é estimular empatia e um canal de comunicação. Os temas são universais, tais como a passagem do tempo, família, sonhos, alegrias e tristezas.
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Nas conversas, todos têm a oportunidade de conhecer os integrantes da turma, até a criação da dupla definitiva. Ao final de 12 sessões, cada um escreve uma peça curta inspirada nas narrativas compartilhadas, com direito a fecho de ouro, no qual atores profissionais fazem uma leitura pública dos trabalhos.
O curso, ministrado semestralmente, é baseado em três pilares, a saber:
Ouvir, aprender e conectar-se: conversar e escrever são ferramentas para entender e representar a trajetória única de um ser humano.
Alargar a perspectiva: ter uma visão renovada sobre alguém de outra geração, com a responsabilidade de contar a história dessa pessoa, é transformador.
Compartilhar a própria história: ver-se retratado/a numa criação artística traz uma nova visão para a existência.
Alexander Santiago-Jirau, diretor educacional do New York Theatre Workshop (que não tem fins lucrativos), explica que os idosos que participam são, normalmente, frequentadores dos espetáculos da companhia.
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Para cativar os adolescentes, há um esforço de divulgação nas escolas. O programa também pode ser adaptado para grupos específicos, como afrodescendentes e LGBTQIA+, o que amplia a atuação da companhia – e há ainda a possibilidade de encenar o texto.
Na sua opinião, trata-se de um exercício profundo de escuta, no qual todos fazem, a si mesmos e aos demais, perguntas fundamentais: o que nos faz ser o que somos? Que experiências nos unem como seres humanos? “Queremos ver nascer comunidades”, resumiu numa entrevista.
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