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Com o tempo, além da troca de presentes, dos enfeites, da árvore com as bolas coloridas, do pisca-pisca e da guirlanda na porta, incorporamos ao Natal o panetone, aquele pão com passas e frutas secas criado pelos italianos, que se tornou um dos símbolos das festividades.
Mas, neste Natal, o panetone está sendo muito mal falado nas redes sociais, acusado de conter açúcar, de engordar, de ser um inimigo da boa saúde.
A nutricionista Priscilla Primi, no entanto, sai em sua defesa: “Se você gosta de penetone, por que não comer? Qual a razão? Você quer manter uma alimentação saudável, sem ultraprocessados? Você precisa emagrecer? Você é diabético? Está com colesterol alto?” Pergunta ela, explicando que o alimento, consumido com prudência, não faz tanto mal assim.
Leia o artigo que ela publicou em sua coluna em O Globo, com o título “Deixem o panetone em paz”:
Está chegando o Natal, uma das festas mais esperadas do ano. Para os cristãos, a data simboliza o nascimento de Jesus Cristo. A celebração tem suas raízes em festas pagãs que eram realizadas na antiguidade. Nessa data, os romanos celebravam a chegada do inverno (solstício de inverno).
Eles cultuavam o Deus Sol e ainda realizavam dias de festividades com o intuito de renovação. Outros povos da antiguidade também celebravam a data, seja pela chegada do inverno, seja pela passagem do tempo. A partir do século IV, e com a consolidação da Igreja Católica em Roma, a festividade foi oficializada Natal de Cristo.
Como não se sabe ao certo o dia em que Jesus nasceu, essa foi uma forma de cristianizar as festas pagãs romanas, dando-lhes uma nova simbologia.
Neste ano, pegaram o panetone “pra Cristo”, literalmente.
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A origem do panetone remonta à Itália, especificamente à cidade de Milão. Existem várias lendas sobre como o panetone surgiu, mas a mais popular conta que ele foi inventado por acaso, no século XV, durante um banquete na corte de Ludovico Sforza, conhecido como “Il Moro”, duque de Milão.
De acordo com a história, o padeiro responsável pela sobremesa queimou o prato principal e, para salvar o banquete, um ajudante chamado Toni improvisou com os ingredientes disponíveis: farinha, ovos, manteiga, açúcar, frutas cristalizadas e uvas-passas. A sobremesa ficou tão deliciosa que foi batizada de “Pane di Toni”, em homenagem ao criador, e acabou popularizada como panetone.
Independentemente da lenda, o panetone tornou-se um símbolo das festividades dessa época, inicialmente na Itália e depois no mundo todo, consolidando-se como um clássico da culinária natalina.
Hoje encontramos, além da versão “raiz”, receitas com gotas de chocolate, o chocotone, recheado com doce de leite, goiabada, creme de pistache, figo, tâmaras, damasco, amêndoas, creme de avelã. Para todos os gostos e bolsos.
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Nunca vi tantas postagens comparativas sobre fatia de panetone. Uma delas comparava o doce a colheres de doce de leite, em outra, quantos minutos de esteira eram necessários para “queimar” uma fatia do doce. Em outra postagem, uma blogueira ensina a cheirar o panetone e escolher uma fruta para comer e não sair da dieta no dia de Natal.
Isso se chama terrorismo nutricional. Não tem outro nome.
Se você gosta de panetone, por que não comer? Qual a razão? Você quer manter uma alimentação saudável, sem ultraprocessados? Você precisa emagrecer? Você é diabético? Está com colesterol alto? Vou responder a cada uma dessas perguntas.
Em relação ao panetone ser um produto ultraprocessado, muitas padarias artesanais estão fabricando panetones também, de fermentação longa, com ingredientes naturais e muito mais saborosos do que os industrializados, vale a pena experimentar.
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Não quer furar a dieta? Coma uma fatia pequena e não metade do doce. Mas coma, saboreie, mantenha a tradição. Acredite, não será o panetone da ceia do dia 24 ou do almoço do dia 25 que será o responsável pelo seu fracasso no emagrecimento.
Para os diabéticos, monitore a glicemia e, se estiver controlada, coma uma fatia pequena acompanhada de uma proteína (tome um iogurte natural proteico depois). Para quem está com o colesterol alto, opte por aqueles com frutas e sem recheios gordurosos.
Desejo para os leitores e suas famílias um Natal abençoado, repleto de paz, amor e harmonia. Até 2025!