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Fernanda Montenegro: ‘Tudo já é meio uma despedida para mim. Uma hora acaba. Não tem jeito’

08/08/2022
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Eu tive um desmaio (em 2019) durante uma gravação no Sul do país. Eu demorei para acordar novamente. Mas, quando voltei, senti uma paz absoluta que contrastava com todo aquele alvoroço ao meu redor. Neste retorno, havia um hiato. Eu não lembrava do passado e nem do presente. É como se tivesse acontecido um desligamento. Será que a morte é isso? Foto: Juan Martinez

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Fernanda Montenegro, que entrou este ano para a Academia Brasileira de Letras, tem sempre algo interessate para dizer. Em outubro, ela completou 92 anos de vida, cheia de planos e com uma agenda que só não está mais movimentada por causa da pandemia, que insiste em se manter aí. Escolhemos para postar aqui um trecho da longa entrevista que ela concedeu a Vagner Fernandes, do jornal espanhol El Pais, à propósito da sua admissão na ABL. Nessa conversa, ela comenta a própria finitude e fala sobre o depois da morte: “Se eu for para algum lugar, eu queria muito levar a minha memória,” diz a nonagenária atriz e acadêmica, perfeitamente consciente da riqueza da sua biografia. Carioca, alfabetizada em Belo Horizonte, aos oito anos já estava num palco.

Leia:

Arlette Pinheiro, nome de batismo de Fernanda Montenegro, tem autoridade para discorrer sobre as glórias e as mazelas do Brasil. Viveu o céu e o inferno em períodos diferentes da vida. Nasceu no subúrbio do Rio de Janeiro, no bairro de Campinho, mas foi em Belo Horizonte que se alfabetizou. Começou no teatro aos oito anos de idade, interpretando um personagem masculino, um militar. Nas memórias que preenchem as páginas de sua autobiografia assinala não ter ficado nervosa. E relata que guardou para sempre a sensação de levitar, envolvida numa luz cor-de-rosa, sentindo-se fora do corpo físico.

“Mas não suspeitei de que, um dia, aquele seria o meu ofício. A minha vida”, conta a atriz. Até alcançar o estrelato e converter-se em unanimidade nacional, Fernanda percorreu um longo caminho. Foi secretária e professora de inglês. E só abraçaria o teatro como profissão após ser aprovada em um teste para ser locutora e atriz do programa Radioteatro da mocidade da extinta Rádio MEC (do também extinto Ministério da Educação e Cultura).

Foi lá que adotara o nome artístico. O “Fernanda”, segundo ela, tinha um ar de romance do século XIX. Já o “Montenegro” foi homenagem que prestou a um médico da zona Norte do Rio que atendia aos pobres gratuitamente. Até na escolha do nome com o qual se consagraria denota generosidade, simplicidade e politização. Reverenciou um profissional da saúde que, por compaixão, se dispunha a servir aos menos favorecidos sem cobrar pelo trabalho. Fernanda sempre esteve de braços dados com a ciência. Jamais a negou.

Nestes tempos de pandemia, seguiu rigorosamente todas as orientações dos médicos que lhe acompanham. Tomou as três doses de vacina, usa máscara incondicionalmente e mantém o distanciamento social. A entrevista para o EL PAÍS, único veículo estrangeiro com o qual aceitou conversar após ser eleita imortal da ABL, foi concedida por meio virtual. As fotografias foram feitas em exatos oito minutos. Tem sido assim com todos. Por precaução.

“Sou uma mulher de 92 anos. Tenho a imunidade baixa. Não sabemos o que nos acontecerá e nem por quanto tempo ainda enfrentaremos esse vírus”, sintetiza a atriz.

Com o falecido marido, o ator Fernando Torres – “Amor de uma vida” – com quem teve dois filhos

Planos para o retorno
A inquietude de Fernanda Montenegro tem nome: trabalho. É uma mulher vocacionada a atuar, à troca com o outro, à busca por experimentações. No palco, a atriz destacou-se com outros grandes nomes do teatro brasileiro ao integrar e até fundar companhias que traduzem a própria história das artes cênicas no país. Entre esses, está Fernando Torres, com quem foi casada por seis décadas. Fernanda sempre arrebatou público e crítica por suas interpretações impecáveis. Estreou em “O mambembe”, do jornalista e teatrólogo brasileiro Artur de Azevedo. Mas, ao longo da carreira, encarnou personagens de Jean Anouilh, Georges Feydeau, Pirandello, Bernard Shaw, Harold Pinter, Beckett, Friedrich Dürrenmatt, Fassbinder, Racine, Tchekhov. O seu repertório é vasto e plural.

No cinema, deixou o mundo boquiaberto, 22 anos atrás, pela irrepreensível interpretação de Dora, a professora aposentada que escrevia cartas para trabalhadores na Central do Brasil, a principal estação ferroviária do Rio de Janeiro que intitulou o filme homônimo de Walter Salles. A atuação levou Fernanda a ganhar o Urso de Prata no Festival de Berlim e a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz em 1999 e ao Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme Dramático. É a única atriz do Brasil com indicação ao Oscar.

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Ano passado, a atriz norte-americana Gleen Close, em entrevista à ABC News, falou de Fernanda Montenegro, argumentando que ela merecia ter ganhado o Oscar: “Eu lembro aquele ano em que Gwyneth Paltrow ganhou daquela atriz incrível de Central do Brasil. Eu pensei ‘o quê’? Isso não faz sentido”, declarou Gleen. A televisão, espaço que Fernanda também domina com maestria, tendo participações em um sem número de novelas e especiais, proporcionou-lhe vencer a disputa pelo Emmy Internacional de Melhor Atriz, em 2015, com a série Doce de mãe. Apesar dos incontáveis prêmios (são mais de 40), Fernanda é categórica quanto a premiações:

“Nunca trabalhei pensando em prêmios. Eu sempre me dediquei para dar conta do meu ofício. Segui o exemplo do meu pai, que foi um modelador mecânico, iniciando-se na profissão durante o período em que viveu num orfanato. O importante é termos amor inarredável pelo que fazemos. Se vier, ótimo. Mereço. Mas, às vezes, mereço e não vem. Não vou parar a minha vida pensando em algo que merecia, mas não ganhei”, ressalta.

Fernanda não vê a hora de voltar aos palcos. Quer retomar o espetáculo Nelson Rodrigues por ele mesmo e adianta que também deverá reviver Simone de Beauvoir em Viver sem tempos mortos, um recorte de textos da intelectual francesa cuidadosamente selecionados. Sem patrocínios, Fernanda aterrissou com os dois monólogos em espaços das periferias de Estados e municípios de Norte a Sul do Brasil. Deseja reviver a experiência que tem como objetivo a sensibilização de plateias compostas por pessoas historicamente subalternizadas. Em alguns desses lugares, desenvolveu oficinas para jovens, um trabalho intenso de imersão teatral com duração de oito horas diárias.

Com a filha, grande atriz e escritora de sucesso, Fernanda Torres

Trata-se de uma atividade árdua, artesanal e apaixonada. Talvez aí esteja a explicação de a atriz ter recusado ser ministra da Cultura, há 37 anos. Em março de 1985, Fernanda Montenegro recebeu do ex-secretário da Cultura de Minas Gerais e futuro governador do Distrito Federal José Aparecido de Oliveira um convite para assumir o cargo principal no então recém-criado Ministério da Cultura. Ele fora um interlocutor do presidente José Sarney. Em carta, a atriz esclareceu os motivos da recusa: “Não é fácil dizer ‘não’. Não vejo que seja mais fácil decidir pelo Teatro. Ou mais seguro. O Teatro nunca foi fácil ou seguro. Mas é o meu lugar”.

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Tais quais as críticas recebidas quando foi convidada para ser titular de uma pasta ministerial, Fernanda Montenegro não tem sido poupada pelos cartesianos da intelectualidade que, contrariados, não avalizam a eleição de uma atriz popular (a primeira no país) para ocupar um dos assentos da tradicional instituição dedicada a literatos. Quando enfrentou os petardos décadas atrás, disse que “para aqueles que veem, preconceituosamente, a indicação de um artista para um tão alto cargo, respondo, sem exagero, que esse Brasil novo nasceu num palco armado na praça”. Fernanda não mudou. Mas a ABL, sim, ao vir construindo um projeto de aproximação da casa com a população por meio de imortais que representam a cultura das massas.

“Há um teatro por lá, no qual já me apresentei. Eu penso em fazer algo com aquele espaço. Mas estou aguardando as orientações da Academia”, diz Fernanda, esbanjando invejável vitalidade sem, no entanto, fugir às questões inerentes à existência.

Em uma incomum declaração pública acerca da finitude da vida, Fernanda surpreende ao refletir holisticamente sobre a transitoriedade das matérias, do corpo físico e da alma. Indagada se tem medo da partida (morte), ela finaliza emocionada: “Sentirei saudade. Gostaria de levar comigo a minha memória. Eu tive um desmaio (em 2019) durante uma gravação no Sul do país. Eu demorei para acordar novamente. Mas, quando voltei, senti uma paz absoluta que contrastava com todo aquele alvoroço ao meu redor. Neste retorno, havia um hiato. Eu não lembrava do passado e nem do presente. É como se tivesse acontecido um desligamento. Será que a morte é isso? Não sei. E diante deste mistério ficamos especulando para onde iremos. Se eu for para algum lugar, eu queria muito levar a minha memória. Gostaria de fazer-lhe um pedido: que me enviasse uma cópia desta entrevista. Queria tê-la. Porque tudo já é meio uma despedida para mim. Uma hora acaba. Não tem jeito”.

Veja a atuação espetacular de Fenanda Montenegro na série Doce de Mãe:

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Iniciei minhas atividades como jornalista na década de 70. Trabalhei em alguns dos principais veículos nacionais, como O Estado de S. Paulo e Jornal de Brasil. Mas a maior parte da minha carreira foi construída no exterior, trabalhando para a emissora britânica BBC, em Londres, onde vivi durante mais de 16 anos. No retorno ao Brasil, criei um jornal, do qual fui editora até me voltar para a internet. O 50emais ganhou vida em agosto de 2010. Escolhi o Rio de Janeiro para viver esta terceira fase da existência.

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