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“Se tiver a pílula da juventude, eu quero”

Cantor e compositor Evandro Mesquita, 71, revela seu próprio jeito de lidar com a passagem do tempo

14/12/2023
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Minha geração atravessou a guerra do Vietnã, mas tinha Woodstock, força hippie fortíssima, John Lennon e Yoko pelados mandando mensagem, o desbunde. Achava que íamos nos encaminhar para a solidariedade, fraternidade, compreensão dos povos originários, aprender com eles a cuidar da Terra. Mas está uma força contra assustadora. Foto: Leo Martins

50emais

Você que é fã de Evandro Mesquita não pode deixar de ler esta longa e minuciosa entrevista dada pelo cantor e compositor a Maria Fortuna, de O Globo.

Aos 71 anos, ele fala da passagem do tempo (‘não deixo o velho entrar’), da Blitz, grupo ao qual está ligado desde 1962, da nova série – Aluguel – que está escrevendo, das duas filhas, da luta contra a ditadura. E também fala de sexo. Confessa que já tomou viagra. ” Mas agora, de vez em quando, tomo cinco miligramas de um outro comprimido que estimula a libido.”

Revela ainda seu desencanto com a transformação que sofreu o Rio de Janeiro, cidade onde nasceu e à qual dedicou todo seu amor. “Percebi que o Rio não era mais gentil. As esquinas eram outra coisa. Ipanema parecia Copacabana e, Copacabana, a Índia,” comenta ele.

Leia:

Evandro Mesquita andava outro dia pelo Arpoador e não reconheceu o pedaço de areia que forjou sua carioquice. Se antes sabia o “apelido de cada marisco” colado naquela pedra de Ipanema, agora não enxergava sequer um rosto familiar. O panorama o apavorou. Rendeu o sentimento de perda de identidade. E a certeza de que o tempo passou.

— Passou de maneira esquisita. Percebi que o Rio não era mais gentil. As esquinas eram outra coisa. Ipanema parecia Copacabana e, Copacabana, a Índia— define o cantor e compositor de inacreditáveis 71 anos, que cresceu circulando a pé pela região, onde esbarrava com Tom Jobim, Chico Buarque e Vinicius de Moraes numa época em que a rua com o nome do poeta ainda se chamava Montenegro.

O desconforto inspirou música. “Agora é a hora”, composta com Frejat, diz: “Nas ruas do Rio de Janeiro/ Não vejo mais nossas pegadas…/ Será que já é o fim ou mais um recomeço”. A canção está em “Supernova”, que a Blitz acaba de lançar e mostra em show dia 5, no Circo Voador. O álbum, o primeiro de inéditas do grupo desde 2017, marca a estreia na gravadora Biscoito Fino.

Traz o DNA original do grupo, mas aponta para o presente com rap do ConeCrew Diretoria e arranjo de Papatinho. Fagner, João Suplicy, Dadi Carvalho também são convidados. A Blitz prepara ainda dois discos de hits e um com clássicos de Roberto e Erasmo, Gilberto Gil, Zé Keti….

Todos gravados no Toca da Onça, estúdio que Evandro mantém em casa, no meio do mato do Joá. Foi lá que concedeu a entrevista abaixo, em que fala da preocupação com o colapso do Planeta, lembra uma dura na ditadura com o grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone e conta como está sendo, para o eterno garoto carioca descolado, o processo de envelhecer.

Leia também: Todos os nossos ídolos passaram dos 70

O disco é uma tentativa da Blitz de não ficar parada no tempo?

É importante continuar nossa história. Adoramos tocar “Você não soube me amar”, mas gravar música nova mantém a raiz forte. Não queremos ser cover de nós mesmos. Nosso último disco de inéditas foi indicado ao Grammy Latino.

Renovar público não é fácil. O motorista que me trouxe aqui tem 24 anos. Quando disse que ia te entrevistar, ele perguntou quem era…

Fizemos matinê lotada na Cidade das Artes. As pessoas levam os filhos, que se identificam com a teatralidade. Minha filha (Alice, de 16 anos. Ele também tem Manuela, de 34) me mostrou no Tik Tok 350 adolescentes dublando “Você não soube me amar”. Mas não tem fórmula mesmo.

Manu participa do álbum. Como foi gravar com ela?

Fiz a letra (“quero colo…/ não deixa o sol te ver chorar”) quando ela nasceu. Foi emocionante vê-la cantar. Ela está cantando muito. Assim como Alice, que é autodidata. Às vezes, posto uns vídeos dela cantando Cat Stevens com personalidade própria, sem ser cover.

No disco, você fala sobre a preservação da natureza e dos povos indígenas, bandeiras que sempre foram suas. Dá para ser otimista com o mundo em colapso?

Todo centroavante na pelada tem que ser otimista (risos). Mas estou preocupado. Minha geração atravessou a guerra do Vietnã, mas tinha Woodstock, força hippie fortíssima, John Lennon e Yoko pelados mandando mensagem, o desbunde. Achava que íamos nos encaminhar para a solidariedade, fraternidade, compreensão dos povos originários, aprender com eles a cuidar da Terra. Mas está uma força contra assustadora. Fico com medo dos alertas científicos. Tenho pesadelos horrorosos da Terra indo em direção ao Sol. Estou caindo na real, com medo do futuro dos filhos da Terra.

Suas filhas têm vontade de ter filhos? E você de ser avô?

Tenho, mas agora não é um bom momento… Minha sobrinha tem dois netinhos e eu pego carona.

Em “O homem avental”, você diz que é bom de suco e de cama. De suco sei que é, mas o resto… É verdade esse bilhete?

É um exercício constante (risos). Tento praticar muito para me aperfeiçoar.

Se sente com 71 anos?

Não. Mas procuro não pensar. Não gosto de falar 71. Senão, fico preso. Tô indo bem, vou ao médico equilibrar, mas não tenho fixação com idade. Índio é assim: não conta o tempo desse modo. São crianças, guerreiros ou velhos.

Os antigos são considerados por eles museus vivos. Mas a nossa sociedade ocidental não dá esse valor aos velhos…

Quando fui ao Xingu fiquei impressionado. Visitei os Mehinakos e os Kuikuro. Você dormia na rede e às 4h da manhã vinha um índio na sua rede e falava “bora banhar?”. O cacique pegava uma bicicleta, sentava com o bundão pelado no banco e íamos até uma picada até a lagoa dos buritis. O sol nascendo e a tribo toda dentro d’água, uma fogueira na margem. A gente cruzou com um velho e disseram que ele havia estado com o Marechal Rondon. O cara andando sozinho, a 20 minutos da aldeia, só com uma Havaiana. Devia ter uns 100 anos.

Tenho uma tia de 95 que mora sozinha, ela é foda. Diz: “A coisa mais legal que tem é não ter ninguém me levando ao banheiro, pra cama”. Conta a mesma história várias vezes, mas, poxa, é a maior alegria. Uma referência boa, apesar de a minha mãe ter morrido cedo, perdi meu pai com 18. A gente tem que se apegar às referências boas ou entregar e desistir.

Leia também: Mudei meu ponto de vista sobre como lidar com a velhice

Você é mais velho que o Fabio Jr.! Como é sua rotina ? Ainda faz muito exercício?

Amava futebol, surf e fui parando. Fui para o futevôlei, mas também não dá porque tem o saque. Aí fui pro footgolf. Você anda cinco quilômetro com bola de futebol. Aí, é o primeiro buraco. Em quatro chutes, tem que embocar a bola. Jogo com Zico, Tita, PC. Mas o primeiro chute é o tal do drive e tem que dar um porradão. Ia jogar um campeonato e o joelho inchou.

Estou com os dois bichados, mas esse aqui (o direito) é o de vidro (risos). Operei, tirei menisco numa época de extração total com o então médico da seleção Lídio Toledo. Eu era da Gama Filho, jogava bola pela seleção da faculdade e ganhava meia bolsa. Sempre fui bom.

Parar de jogar bola e pegar onda é triste. Ficam me chamando. E penso: “Pra que?” Pra ficar lá chorando, lá vendo todo mundo jogar? (risos). Vou mudando de esporte. Daqui a pouco, estou no baralho, no dominó (risos).

Tenho lapsos (de memória). Uma música que já cantei várias vezes… às vezes, dá um branco. Tomo creatina, que é legal para isso. Foto: Leo Martins

Bebe álcool? Cigarro eu sei que você não fuma, e maconha?

Nunca fui de beber pra caramba. Dou uns goles no vinho da Andréa (Coutinho, sua companheira há 23 anos). E tenho tomado óleo de CBD. É legal para dormir, para a dor no joelho.

Como anda a memória?

Tenho lapsos. Uma música que já cantei várias vezes… às vezes, dá um branco. Tomo creatina, que é legal para isso.

Estou aprofundando esse assunto porque só perguntam sobre isso às mulheres. Como está sendo, na cabeça do eterno garoto carioca, envelhecer?

Vi uma entrevista do Clint Eastwood em que dizia: “Acordo e não deixo o velho entrar”. É isso: Não deixo o velho entrar (risos). A estrada me alimenta. Procuro fazer coisas que me dão prazer.

Gosta do seu reflexo no espelho? Por que está sempre de óculos escuros…

É uma tradição rock and roll (tira os óculos). E, talvez, me defenda um pouco. Vou para o aeroporto, boto boné e óculos e acho que estou invisível. Hoje pedem foto, você posa e vem aquele 10, 9, 8, 7, 6… Não tenho mais esse tempo (risos). Sem olhar no espelho, estou com uns 44 (risos). Mas, aí, a gente olha e porra, não é bem assim…

Mudaria algo no rosto?

Não. Claro que queria estar com cara de 35, mas é impossível. Não quero fazer “demonização” facial (risos). Nada contra quem faz, mas vejo uma bochechas… Não me atrai, prefiro malhar para controlar a barriguinha e o pneu do que arriscar algo. Não vou fazer porra nenhuma. Envelhecer é o caminho inevitável. Quanto mais for harmonioso com ele, melhor. Agora, se tiver uma pílula da juventude sem contra indicação, me apresenta, eu quero (risos).

E a libido? Já tomou Viagra?

Já. Mas agora, de vez em quando, tomo cinco miligramas de um outro comprimido que estimula a libido. Já dá um alôzinho. Fui numa ortomolecular que constatou que eu não precisava de reposição hormonal. Minha testosterona chega a mais de mil. Iria fazer se precisasse.

Ainda se preocupa muito com a alimentação? Come carne?

Como nos fins de semana. Meu pai era vegetariano. A primeira vez que ouvi falar de macrobiótica foi com ele. Quando saí da casa dos meus pais e aluguei uma casinha de pescador com amigos em Saquarema, anos 1970, era aquele arroz integral duro pra caramba. A gente botava uma cenoura, um peixe e pronto.

Ali viveu muita troca de informações musical e de vida, né?

Chegavam os hippies americanos à noite na fogueira com novidades como ioga. Na esquina da Praia de Itaúna tinha um puteiro chamado Trapézio, que a gente chamava de Trepázio. Só de pescador. Era o único lugar com cerveja gelada, amplificador e microfone. Era sensacional, a cidadezinha era nossa. Um dia, eu e Angela Ro Rô cantamos no puteiro. Bob Dylan, Stones, Beatles.

Leia também: Ela fala do fim da vida e tem 1,7 milhão de seguidores nas redes sociais

Você foi preso com o Asdrúbal Trouxe o Trombone no Sul durante a ditadura militar. O que lembra daquela situação?

Lembro de tudo. No dia anterior, fui com o Perfeito (Fortuna) até uma delegacia para liberar a peça. Tinha a tal da censura. Como vínhamos de muito sucesso em Porto Alegre e tínhamos acabado de chegar de viagem, estávamos com roupas e cabelos fora do normal. Eles estranharam e resolveram dar uma blitz no nosso grupo cheio de alegria por estar viajando com a peça que durante 9 meses ensaiamos. Acho que isso os incomodou.

Lembro do cara (policial) batendo na porta do meu quarto do hotel. De abrir, e ele meter o pé embaixo para não deixar que eu fechasse. De entrarem dois caras e darem uma geral. Eu estava ali, namorando uma fã gaúcha. Ela tinha me dado um presente ilegal e que ainda estava no bolso de um casaco que estava pendurado na cama e o cara começou a revistar o casaco.

O grupo original de Asdrúbal Trouxe o Trombone, Foto: Vânia Toledo

Eu tremi e fui dizendo “que isso, somos um grupo de teatro, o maior sucesso, somos do Rio e viemos de Porto Alegre para apresentar nossa peça”. Discretamente, consegui tirar o casaco da mão dele e vestir. Botei a mão no bolso e quase desmaiei quando senti a presença do presente que a fã me deu. Cheguei na janela e vi dois camburões lá embaixo. Mas consegui jogar para o lado na janela, com o maior medo.

Virei de volta e o cara não percebeu. Todo mundo veio para o meu quarto para os outros quartos serem revistados. Ficamos ali esperando. Acharam (maconha) num quarto… Pesadelo inacreditável!

Aí, foram presos…

Fomos para a delegacia… Uns foram liberados e outros não. No dia seguinte, era sete de setembro, a gente olhava na rua e era só militar. E com nó no coração pensando nos colegas geniais e presos. Foi muito triste e agonizante. Depois de uns dias foram liberados, mas tiveram que voltar para o julgamento.

Mas seguimos nossa turnê com enorme sucesso. Asdrúbal era como uma banda de rock. Viajamos quase o Brasil todo, dávamos cursos de teatro interagindo com a juventude local. Nossa peça “Trate-me leão” falava diretamente com o público jovem e carente de peças nacionais que falassem aos nervos da juventude e do nosso tempo. Foi incrível. E essas experiências estão tatuadas na nossa alma.

Está fazendo o filme da Dona Lurdes. Interpreta o possível namorado da protagonista, Regina Casé. Como está sendo reencontrar a companheira de Asdrúbal em cena? Tem sido prazeroso voltar a atuar?

Tá sofrido, mas tá legal. Sou mais do atuar naquela onda nossa do Asdrúbal, da Grande Família. É meio que um jazz. Você tem o texto, mas rola um bate bola free. Num filme você fica mais engessado.

Você viveu a loucura do assédio. Perder isso é um golpe na vaidade?

Não, porque a gente mantem a chama acesa, fazemos shows para multidões. Quando a Blitz acabou a primeira vez, falei: “O que vou fazer?”. Não queria voltar para o teatro, algo sofrível de sacrifício para pouca grana. Comecei a carreira solo, ganhei disco de ouro, mas fazia Chacrinha e era a maior solidão. Sempre fui de turma. Era eu e as Chacretes ali, eu olhava para o lado e não tinha ninguém para ser cúmplice. Mas banda é um casamento, difícil. Aquela primeira formação, então…

A briga com Lobão é clássica. A treta continua ?

Não! Lobão foi importante no começo da banda! Abriu a casa para os primeiros ensaios! Batizou a banda e quis seguir a carreira solo. Sem problema. Teve também a com o casal Barreto e Marcia. Ele era meu primeiro parceiro, a gente criou as primeiras canções juntos e tínhamos uma química ótima. Mas aí ficou aquela mafiazinha de casal dentro da banda. Foi triste, sofri pra caramba com esse estranho final, quando conseguimos tudo que nem imaginávamos…

Teve um certo ciúme da gravação do comercial da Tina Turner da Pepsi. Pô, se fosse meu amigo, eu ia dizer: “Caralho, como foi gravar lá no estúdio? Conta tudo!”. Mas foi a gota d’água daquela relação, quebrou a magia. Era como se o lateral direito tivesse ciúmes do centroavante que faz gols. Pena.

A formação atual é bem saudável, a gente tem prazer em estar junto nas roubadas da estrada e comemoramos os momentos sublimes também, com prazer e alegria. Isso alimenta a banda. Claro sempre tem uns apertos e é um “casamento” a sete… A dois já é difícil… Mas estamos num momento bem legal produzindo muito e fazendo grandes shows com uma plateia de várias gerações.

É muito bom ter uma banda. Sempre fui um cara de grupo de teatro, times de futebol, turma de praia, amigos de academia e os estresses da estrada são diluídos e bem menores que os prazeres das conquistas.

Os grandes shows são sempre emocionantes, somos sempre muito bem recebidos em festivais como Rock in Rio, E seguimos naquela filosofia de jogo: “ Enquanto houver bambu… Tem flecha!”.

E quais são as próximas flechas como autor premiado, ganhador de um Prêmio Shell pela peça “Esse cara não existe” e de um Kikito pelo roteiro do filme “Não quero falar sobre isso agora”?

Estou escrevendo uma série “O aluguel” é sobre dois desconhecidos que alugam sem saber o mesmo apartamento num edifício. O prédio fica numa era que já foi nobre, mas está decadente. Então, tem a classe média e os riquinhos da cobertura. Considero minha obra-prima (risos).

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Iniciei minhas atividades como jornalista na década de 70. Trabalhei em alguns dos principais veículos nacionais, como O Estado de S. Paulo e Jornal de Brasil. Mas a maior parte da minha carreira foi construída no exterior, trabalhando para a emissora britânica BBC, em Londres, onde vivi durante mais de 16 anos. No retorno ao Brasil, criei um jornal, do qual fui editora até me voltar para a internet. O 50emais ganhou vida em agosto de 2010. Escolhi o Rio de Janeiro para viver esta terceira fase da existência.

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