Maya Santana, 50emais
Mesmo quem é contra a França em toda essa confusão envolvendo os presidentes dos dois países admite: golpe sujo esse de usar a idade da mulher de Emanuel Macron, 41, Brigitte, 66, como forma de agredir o Presidente francês. Desde antes dele assumir a presidência da França, em junho de 2017, Brigitte já vinha sendo motivo de chacota, pelo simples fato de ser 25 anos mais velha que o marido.
Na época, jornais do mundo inteiro fizeram todo tipo de brincadeira de mau gosto, publicaram charges e piadas as mais grosseiras. Como se tivesse alguma importância para a política internacional a idade da mulher do líder francês. No nosso caso, a Amazônia esta queimando, o que é que Brigitte tem com isso? E no que é que isso pode ajudar a apagar os focos de incêndio?
O mais curioso é que, se Brigitte é 25 anos mais velha que Macron, Bolsonaro, 63, tem 26 anos a mais do que Michelle. Mas aí, vale a lógica machista: ele pode. Ela não.
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Indignados, muitos brasileiros, gente famosa e gente desconhecida, se engajaram em um movimento, iniciada anteontem, cuja finalidade é pedir desculpas aos franceses e à primeira dama – ela foi professora de Macron. Os dois estão juntos desde 2007. Brigitte, inclusive, teve papel importante na campanha eleitoral de 2017, que acabou levando Macron à presidência da França.
O escritor Paulo Coelho, residente em Genebra, na Suiça, foi um dos primeiros a se manifestar. Ele gravou um vídeo em francês, no qual pede desculpas aos franceses pelo que chamou de “grosseria” do presidente brasileiro. Outros brasileiros utilizaram a hashtag #PerdãoBrigitte ou # PardonBrigitte para se manifestar em favor do respeito e da civilidade.
Leia o artigo publicado por O Globo:
Depois de o presidente Jair Bolsonaro fazer um comentário considerado sexista em uma postagem de um seguidor seu na internet — que comparava a primeira-dama da França, Brigitte Macron, à mulher de Bolsonaro, Michelle —, muitos brasileiros usaram as redes sociais para pedir desculpas ao casal francês pela postura do chefe de Estado brasileiro.
A hashtag #DesculpeBrigitte — com as variações #DesculpaBrigitte e sua versão em outros idiomas, em especial em francês, #PardonBrigitte — foi usada milhares de vezes em diversas plataformas, principalmente no Twitter, no qual chegou aos trending topics — os assuntos mais comentados da rede.
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O movimento começou a aparecer na internet na segunda-feira e se intensificou nesta terça. Ele foi reforçado por dois abaixo-assinados de brasileiras que moram na França. O “Grupo Mulheres do Brasil”, com 40 mil integrantes, e o “Brasileiras de Paris”, com cerca de 5 mil.
“Repudiamos qualquer tipo de atitude sexista ou machista e achamos que o dever de um presidente é repelir comportamentos deste tipo em vez de referendá-los”, escreveu o primeiro grupo. “De forma suprapartidária e a favor do diálogo, nos colocamos à disposição do presidente Jair Bolsonaro para apresentar dados sobre desigualdade entre gêneros, violência contra a mulher e misoginia”, completou o “Grupo Mulheres do Brasil”.
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O ator Bruno Gagliasso também comentou a fala de Bolsonaro: “Perdoe-nos, Brigitte Macron. Nós estamos envergonhados com essa postura dos nossos representantes. Esta não deveria ser a atitude de um chefe de Estado”, publicou o ator, também em francês.
O site do jornal “Le Parisien” relata que a primeira-dama francesa ficou emocionada com as mensagens de apoio que recebeu de brasileiras e brasileiros pela internet.