Vou repetir, uma vez mais, o que sempre digo: Se tivesse que dar apenas um conselho a uma pessoa mais jovem, eu diria para preparar-se para a aposentadoria, em todos os sentidos, inclusive e principalmente o financeiro. Envelhecer e sair do mercado de trabalho já é um processo que pode ser difícil na vida de uma pessoa. Se a renda cai, as dificuldades são ainda maiores. Por isso, achei oportuno, nesse início de 2021, reproduzir aqui no 50emais este artigo de Mateus Apud, do Estadão, com boas dicas para quem realmente quer rendimento na hora de se aposentar: deixar a caderneta de poupança e apostar em outros produtos. Para os mais conservadores, o recomendado são produtos dentro da renda fixa. Para os mais agressivos, a indicação é investir parte do dinheiro no mercado ações.
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Aposentar-se e viver de renda é o desejo de muitos brasileiros. Porém, grande parte da população não se planeja para isso ou aposta em uma estratégia ultrapassada, muitas vezes contando apenas com o pagamento mensal do INSS ou ainda investindo em produtos que não trazem grandes retorno.
Refletir sobre a renda na terceira idade se tornou mais urgente depois da aprovação da reforma da previdência, que adiou a aposentadoria e diminuiu o cheque mensal do INSS, e também em tempos de Selic em seu piso histórico, 2% ao ano.
Neste cenário, algumas aplicações que ainda são consideradas para alocação da reserva de valor agora perdem em rentabilidade para a inflação. A poupança, por exemplo, rende 1,4% a.a, contudo, a inflação projetada para o País em 2020 é de 4,39%.
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Ou seja, o retorno real da aplicação mais popular do Brasil (saldo de mais de R$ 1 trilhão até dezembro de 2020, segundo dados do Banco Central) é negativo em 2,99% neste ano. “Ano que vem a inflação vai continuar mais alta que a taxa de juros. Então, está claro que a estratégia tem que mudar”, diz Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos.
Retorno acima da inflação
Para o especialista consultado pelo E-Investidor, o objetivo de quem investe pensando na aposentadoria é sempre buscar ganhos reais acima da inflação. Então, para os mais conservadores/moderados os produtos indicados são o de títulos públicos ou crédito privado que pagam IPCA +.
Outras aplicações recomendadas são: Debêntures, CRIs, CRAs, CDBs, LCIs e LCAs pré-fixados também são boas alternativas. “Faz sentido aproveitar esse mercado pensando na aposentadoria”, afirma Franchini, salientando que são opções seguras com foco de retornos maiores que inflação.
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Além disso, outro investimento são os fundos de previdência. Assim como qualquer outro fundo, os de previdência podem ser atrelados a diversas estratégias (ações, renda fixa, etc…), mas os desta classe são específicos para a estratégia da aposentadoria.
“Há algumas regras que trazem vantagem na tributação e sucessão deles que são muito interessantes pensando no longo prazo”, comenta o sócio da Monte Bravo.
Mercado acionário
Para quem possui um perfil do moderado para o agressivo, Franchini pontua que mesmo quando o foco é a aposentadoria o investidor deve aplicar uma parte do seu patrimônio no mercado acionário, seja via fundos, ações ou fundos imobiliários (FIIs). “No longo prazo, em 15/20 anos nada vai superar esses ativos”, diz ele.
O sócio da Monte Bravo ressalta, no entanto, que para apostar nestes produtos a pessoa deve ter o perfil adequado, pois ela deve estar ciente que no curto/médio prazo as aplicações podem estar negativas.
“O investidor tem que entender que durante uma crise, por exemplo, a aplicação pode estar negativa e ele não pode tirar o dinheiro e estragar a estratégia, porque no longo prazo a rentabilidade vai voltar e será maior e superará a renda fixa”, afirma Franchini.
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