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A mensagem deste artigo é simples: manter-se ocupada fazendo trabalhos manuais – crochê, tricô, pintura, artesanato e outras atividades artísticas -, não só garante bem-estar, como ajuda na saúde mental.
Essa conclusão é de um estudo chefiado pela professora de psicologia cognitiva, Helen Keyes, de uma universidade do Reino Unido, que envolveu sete mil respostas. Outras pesquisas já haviam mostrado o mesmo resultado.
A explicação para isso, segundo a professora, é que esses trabalhos “não somente proporcionam um senso de conquista, como também são uma forma de autoexpressão.”
Tenho uma irmã de 78 anos que passa o dia confeccionando colcha de retalhos, bolsas, jogos americanos. Tudo de muito bom gosto e feito com esmero. De nós sete, é a que, a meu ver, envelhece melhor. Está sempre alegre e bem disposta. Ou seja, ela confirma o que diz esse estudo.
Leia o artigo de Mariza Tavares, do blog Longevidade: Modo de Usar, publicado por O Globo:
Nunca se falou tanto sobre saúde mental e a necessidade de manter o cérebro afiado. No entanto, não é preciso buscar uma atividade especialmente estimulante do ponto de vista intelectual para atingir esse objetivo. Pesquisadores da Anglia Ruskin University, no Reino Unido, mostraram que arte e trabalhos manuais produzem um efeito tão benéfico para a mente quanto estar empregado. Aliás, vale lembrar que Winston Churchill, primeiro-ministro britânico na época da Segunda Guerra Mundial, pintava – o que, provavelmente, o ajudava a manter a sanidade…
Helen Keyes, especialista em comportamento e professora de psicologia cognitiva na instituição, afirmou que o fato de trabalhos manuais serem acessíveis despertou seu interesse em avaliar seu potencial para melhorar a saúde mental.
A equipe liderada por ela analisou mais de sete mil respostas a uma enquete realizada anualmente pelo Ministério de Cultura, Mídia e Esportes – a “Taking Part Survey” – que pergunta às pessoas como se engajam em atividades como arte, cultura, esportes e internet.
Os participantes ainda responderam sobre sentimentos como felicidade, ansiedade e solidão, e se consideravam que suas vidas valiam a pena.
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Do total, 37.4% disseram que tinham realizado alguma atividade ligada a trabalhos manuais ou arte nos últimos 12 meses. O nível de bem-estar desse grupo era mais alto do que o dos outros.
“Trata-se de um bom preditor para o sentimento de que a vida vale a pena. Seu impacto positivo supera o de estar empregado. Não somente proporciona um senso de conquista, como também uma forma de autoexpressão, o que não ocorre com ocupações convencionais”, explicou Keyes.
Com uma amostra expressiva, ficou mais fácil fazer os ajustes para corrigir fatores capazes de influenciar a avalição do estado de bem-estar, como idade, gênero ou nível socioeconômico.
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O estudo, publicado na revista científica “Frontiers in Public Health”, foi inspirado na necessidade de criar ferramentas para lidar com grandes desafios de saúde pública, como o ocorrido durante a pandemia de Covid-19.
Diversas pesquisas já haviam demonstrado o valor terapêutico de tais atividades para pacientes portadores de transtornos mentais, mas ninguém tinha feito um levantamento com indivíduos sem um diagnóstico de distúrbio.
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