Matilde Silveira, G1
Freddie Mercury nasceu Frederick Bulsara, na ilha africana de Zanzibar, próximo à costa da Tânzania, em 5 de setembro de 1946. Filho de um funcionário público da administração britânica, iniciou seus estudos em Bombaim, na Índia, retornando à Inglaterra em 1964, quando começou a estudar desenho no Earling College of Art e conheceu Brian May, Roger Taylor e John Deacon, que deram origem a uma das maiores bandas de todos os tempos, o Queen. Sucesso internacional, fizeram shows em todos os cantos do planeta e venderam milhões de discos ao longo dos 20 anos juntos.
O álbum de estreia surgiu em 1973, mas foi com “A night at the Opera” (1975) e o hit “Bohemian rapsody” que o grupo se firmou na cena do rock’n’roll. O disco quebrou recordes de permanência no primeiro lugar das paradas e o vídeo de promoção foi considerado um marco na indústria fonográfica.
O Queen esteve pela primeira vez no Brasil em março de 1981, lotando o Morumbi com 120 mil fãs no que foi um dos primeiros grandes shows na história do país. Voltaram no primeiro Rock in Rio, em 1985, quando se apresentaram duas vezes, e seu segundo show, em 19 de janeiro, teve um final apoteótico. Ali, naquele momento, parte da história do grupo musical Queen foi escrita. Freddie puxou um coro de dezenas de milhares de fãs que, em uníssono, cantaram “Love of my life”, em meio à chuva e à lama, numa noite inesquecível.
Uma vez, o músico se definiu como a Carmen Miranda do rock: um grande cantor, talentoso e exagerado. No entanto, era muito reservado quando se tratava da vida pessoal, embora sempre tenha deixado subentendida sua homossexualidade. Após muitos relacionamentos, com homens e mulheres, entre as quais se destaca Mary Austin, ele conheceu Jim Hutton em 1985, com quem manteve um relacionamento sério até o fim de sua vida. Jim ficaria ao seu lado durante toda a doença e estava junto dele na cama, quando o cantor faleceu.
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Mercury compôs dezenas de canções inesquecíveis, como “We are the champions”, “Love of my life”, “Don’t stop me now”, “Crazy little thing called love”, entre tantas outras. Em 1988, ele gravou ainda o álbum “Barcelona”, com a soprano espanhola Montserrat Caballé.
Seu último disco com o Queen traz a música “The show must go on” (o show tem que continuar). Uma despedida. Em parte da canção ele pergunta “Alguém sabe porque estamos vivendo?/ Eu acho que estou aprendendo/ Eu preciso ser mais forte agora/ Em breve irei virar a esquina/ Lá fora o amanhecer está surgindo/ Mas aqui dentro no escuro estou sofrendo para ser livre/ O show deve continuar”.
Freddie Mercury morreu no dia 24 de novembro de 1991, de broncopneumonia em consequência da Aids, aos 45 anos. Sua morte ocorreu menos de 48 horas após ter admitido que estava com Aids. Até então dizia, através de seu assessor, que sofria de pneumonia. Apesar de saber da doença desde 1985, ele se resguardava da mídia, pois na época havia muita discriminação contra portadores do então chamado “câncer gay”.
Desde sua morte, o Queen buscou outros vocalistas, mas nenhum deles têm o brilho de Freddie Mercury. Ele não era só a voz do Queen, era sua imagem e alma.