50emais
Além do avanço da idade, a pandemia foi outro fator que contribuiu bastante para que as pessoas com mais de 50 ganhassem alguns quilos nos últimos tempos. Eu mesma, que sou bem magra, fui experimentar uma roupa numa loja e fiquei muito surpresa com a mudança do meu corpo, sobretudo com o volume na região do estômago. Tratei logo de aumentar o percurso da caminhada e reduzir ao mínimo alimentos como pão. Eliminei doce. Mas eu, felizmente, tenho grande facilidade de perder peso. A maioria das pessoas não tem. Por isso, achei oportuno este artigo de Silvia Ruiz, do blog Ageless, publicado pelo Uol, sobre formas de suportar melhor uma dieta.
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A gente sabe que lá pelos 45, 50 anos, uma série de mudanças começam a acontecer com nosso corpo. Uma das mais comuns é o ganho de uns quilos extra. A sensação é de que eles chegam do nada e teimam em ficar a todo custo. No caso das mulheres, muito em função da queda do estrogênio com a aproximação da menopausa, essa gordura costuma se concentrar na barriga. Contei no Instagram (me siga lá também @silviaruiz_ageless) do meu caso (ganhei 7 quilos aos 47 anos “do nada”) e recebi centenas de mensagens reportando a mesma situação.
Vários fatores colaboram com esse aumento de peso na maturidade, como redução do metabolismo natural do envelhecimento, stress, falta de tempo para a atividade física, noites mal dormidas, alterações hormonais. E assim fica fácil de ganhar e difícil perder peso.
Para muito além da questão estética (que pode incomodar alguns, e a outros, não), vale a pena investigar se esses quilos a mais não vem acompanhados de algumas questões como aumento do colesterol, dos triglicérides (gordura no sangue) e da chamada resistência insulínica (quando a ação do hormônio insulina, que é de transportar a glicose do sangue para o interior das células, está diminuída, fazendo com que a glicose acumule no sangue, podendo dar origem a diabetes). Sempre vale um checkup antes de mais nada.
No meu caso, tudo que eu não queria fazer era uma dieta cheia de neuras e proibições aos quase 50 anos. Até porque, ao longo da vida fiz inúmeras como essas, e o resultado foi sempre sofrimento, era emagrecer e depois voltar a engordar tudo de novo. O famoso efeito sanfona. E tudo que a gente não quer mais fazer na maturidade é viver uma vida chata de privações, né? E dá então para emagrecer sem dietas malucas e exageradas?
A resposta, segundo Adriana Kachani, nutricionista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, é sim, com algumas atitudes e mudanças na relação com a comida, dá para emagrecer, na maturidade e conservar o peso em equilíbrio. E isso tem muito a ver com nosso comportamento. Ela deu sete dicas simples, mas eficientes, que, se a gente seguir sempre, as chances de a dieta (seja lá qual for) dar certo, são muito maiores:
1 – Beba água Parece obvio, todo mundo sabe que é importante, mas muita gente esquece, outros tem preguiça. Não espere a sede chegar. “Eu gosto de pensar sempre em estratégias que funcionam para cada um. Eu, por exemplo, ofereço e bebo um copo de água cada vez que um paciente entra na minha sala ao longo do dia”, diz a nutri. Ela também indica o uso de aplicativos que nos lembram de beber água. “Nosso corpo é 70% água. É fundamental para tudo funcionar como deveria, o intestino, a pele, etc. Isso tem impacto direto no emagrecimento.”
2 – Crie uma rotina de atividade física e de sono A dica da Adriana é procurar uma atividade que dê prazer. Gosta de dançar? De lutas marciais? Sempre teve vontade de aprender a patinar? Taí um bom momento para começar. “É muito mais fácil a gente se manter ativo fazendo o que gosta”, recomenda a nutri. Não precisa exagerar se está sedentário, mas é preciso começar a se mexer de alguma maneira. A outra coisa fundamental é ter uma rotina adequada de sono (algo que muita gente perdeu na pandemia). Procure ir para a cama mais cedo se puder.
3 – Aprenda a ler os sinais de fome e saciedade “Coma sem telas, mastigando bem, sentado à mesa”, diz ela. Mastigar e sentir os sabores, apreciar o que está comendo e sem pressa, faz com que a gente perceba mais facilmente a hora de parar. A hora em que estamos saciados e podemos parar de comer. Esses sinais a gente deixa de notar quando comemos distraídos.
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4 – Não se julgue quando comer algo “não saudável” A gente fica achando que só pode comer salada durante a dieta. E, quando se pega comendo algo que sabemos que é menos saudável, achamos que colocamos tudo a perder. Não é assim que funciona. Comer com culpa faz a gente acabar jogando tudo para o alto. “Se você vai a uma loja que adora, faz diferença comprar uma ou cinco peças de roupa? Claro! Vai custar muito mais. O mesmo acontece com comida. Um pedaço de bolo, apreciado com tranquilidade, depois voltando para a rotina, é diferente de comer cinco fatias. Não é comer só salada que vai emagrecer, nem comer uma fatia de bolo aqui e ali sem culpa.”
5 – Reduza os industrializados, sem exagero Industrializados ajudam, são práticos na rotina corrida. Vale a pena pensar em usar um milho congelado em vez de um enlatado? Com certeza. Um macarrão cabelo de anjo no lugar do Miojo? Idem. Mas isso não quer dizer que tenham que ser 100% eliminados da dieta. Vale equilíbrio e avaliar quando precisar optar pela comida pronta, sem culpa.
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6 – Não trate comida como “tranqueira” ou “dia lixo” Comida não é lixo, tudo tem seu lugar na dieta. Quando comer um doce, um alimento que estava fora da sua previsão, chame de “extra”, não de lixo. Entenda que aquilo entrou na sua alimentação porque você teve vontade, está tudo bem. Aprecie e volte para a rotina a seguir. Não é uma refeição fora da dieta que vai colocar tudo a perder.
7 – Não se force a comer o que não gosta Existem alguns alimentos da moda quando se fala em dieta. Mas na hora de perder peso não é um momento para introduzir alimentos que você não gosta. Não gosta de mingau de aveia? Tem mil outras opções. “É importante que a gente coma coisas gostosas na dieta, isso vai fazer a gente ter mais aderência a ela. Coisas que a gente goste e tenha prazer em comer. Não devemos forçar um ou outro alimento porque dizem que faz bem. Sempre vão ter opções que a gente gosta mais.”
Não importa a idade, sempre é tempo de começar a criar novos hábitos mais saudáveis e, mais importante, que a gente consiga manter para a vida toda.
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