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Esta é uma história profundamente inspiradora. Aos 67 anos, Judy Benjamin recebeu o diagnóstico de Alzheimer. “Eu fiquei muito assustada,” lembra ela, cuja mãe e nove tios sofreram da doença, .
Seguindo o conselho de um amigo, procurou o Dr. Dale Bredesen, na Califórnia, Estados Unidos, que, na época, fazia um estudo considerado inovador sobre Alzheimer .
Seguiu ao pé da letra as orientações do médico e, hoje, 13 anos depois, está fazendo uma caminhada de quase cinco mil km – três mil milhas -, para mostrar que é possível ter vida saudável, mesmo sofrendo da doença.
Judy, 80 anos, saiu da cidade de San Diego, na Califórnia, em 5 de abril, um sábado. Durante cinco meses, vai caminhar até chegar à St. Augustine, no estado da Flórida. Ela anda durante seis dias e descansa um.
Como tudo começou
Logo depois que a mãe morreu, Judy começou a sentir os primeiros sintomas do Alzheimer. “Eu estava trabalhando em outro país e fiquei muito preocupada, porque não conseguia me lembrar da coisas. Quando dirigia, eu me perdia. Eu que sempre fui muito boa nesse negócio de direção,” conta ela.
Chegou uma hora em que não conseguia se lembrar nem do nome dos netos e tinha muita dificuldade para se concentrar na leitura de qualquer artigo de jornal.
“Eu sabia que o meu quadro ia piorar rapidamente e fiquei muito deprimida e perturbada. Entrei em pânico,” recorda ela.
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Foi quando procurou o Dr. Dale Bredesen. “Ele me explicou que o Alzheimer não tem uma única causa. São muitas as agressões ao cérebro, o que provoca uma inflamação. E é diferente a reação de cada pessoa a essas agressões. Algumas são mais afetadas do que outras,” rememora Judy.

Mudança na alimentação e exercícios
Durante a consulta com Dr. Bredesen, Judy anotou todas as recomenções dele. Voltou para casa e, segundo ela, seguiu à risca tudo que ele receitou: “Mudei totalmente o meu estilo de vida.”
Algumas dessas mudanças foram: melhorar a qualidade do sono, tornar a casa o mais arejada possível, fazer meditação, diminuir o estresse e adotar uma rotina de exercícios físicos.
Ela afirma que também modificou totalmente a alimentação. “Parei de tomar refrigerantes diet e comecei a comer mais alimentos naturais, como verduras e frutas.”
Não foi de uma hora para outra. Mas, aos poucos, os resultados começaram a aparecer.
Assim que percebeu que estava melhorando, Judy quiz compartilhar com outras pessoas o bom andamento do tratamento. E tornou-se especialista em saúde do cérebro.
Caminhada inclui dois estados
Judy deu entrevistas para muitos jornais, revistas e canais de televisão. Ela contou que a única maneira de se preparar para caminhada tão longa, incluindo os estados da Califórnia e Flórida, foi andar todos os dias o máximo que conseguia. Agora, em plena estrada, ela sabe que precisa “ser bem cuidadosa e me manter hidratada.”
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Ao longo da caminhada, ela vem contando com o apoio de uma boa equipe. Há também o pessoal encarregado de fazer as filmagens pois, quando finalizar, Judy pretende fazer um documentário sobre essa sua experiência.
Ela diz estar consciente que coisas podem acontecer durante a jornada. Mas está tranquila, porque sua pressão arterial está boa, assim como seus ossos. “Estou tão em forma, que não me preocupo. Não perco tempo pensando coisas negativas.”
O que Judy Benjamin quer mesmo é que a sua caminhada, – prevista para ser encerrada em setembro, com a chegada a St. Augustine, chame a atenção e “sirva de motivação para que outras pessoas adotem um estilo de vida mais ativo, contribuindo assim para um melhor funcionamento do cérebro.”
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Olha ela na estrada, em plena caminhada: