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É difícil não se assustar quando a gente toma conhecimento do número de quedas que ocorre quando as pessoas passam dos 65 anos. Para se ter uma ideia, uma a cada três pessoas, anualmente, sofre uma queda. E as principais vítimas desses tombos são as mulheres. Por que? Uma das razões, segundo especialistas ouvidos nesta reportagem do site do Instituto de Longevidade MAG, é o fato de ter menos massa muscular. Ela já tem menos músculos do que o homem e, com a idade, vai perdendo, a menos que faça exercícios regulares. A mulher também está mais sujeita a enfermidades como osteoporose, osteoartrite e outras doenças reumáticas apontadas como fatores de risco para quedas em idosos.
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Você sabia que uma a cada três pessoas 65+ sofre pelo menos uma queda durante o ano? É o que mostra os dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Esse número é ainda mais alarmante para as mulheres dessa faixa etária. De acordo com uma pesquisa realizada pela Injury Prevention, as taxas de lesões decorrentes de quedas em idosos são 40 a 60% maiores entre as mulheres quando comparadas aos homens da mesma idade.
Para Mônica Perracini, especialista em gerontologia e doutora em ciências da reabilitação, os principais fatores que influenciam na queda nos 60+ são biológicos, psicológicos e comportamentais. “Do ponto de vista biológico, sabemos que as mulheres vivem mais que os homens. Portanto, elas chegam a idades mais avançadas e ficam sujeitas a diminuição da capacidade funcional”, explica.
Somado a isso, mulheres têm menor massa muscular, bem como força, e apresentam também maior incidência de algumas doenças musculoesqueléticas. São elas: osteoporose, osteoartrite e outras doenças reumáticas que são fatores de risco para quedas em idosos.
O que muitas pessoas não sabem, no entanto, é que até a incontinência urinária pode influenciar no aumento de acidentes. “Pessoas com essa condição costumam diminuir sua velocidade de caminhada para não perder urina, assim como evitam movimentos rápidos e bruscos em outras atividades motoras do dia a dia, como levantar, sentar ou fazer esforço”.
Em casa, fazendo as atividades rotineiras, as mulheres caem três vezes mais quando comparadas aos homens. O motivo? Elas têm mais funções domésticas do que eles. E esse é o segundo fator que deve ser considerado: o comportamental. “A grande diferença entre homens e mulheres está em relação aos papéis sociais e compromissos do dia a dia”, aponta a especialista.
A falta de atenção é um importante fator de risco para quedas em idosos
Tradicionalmente, mulheres ocupam e circulam mais dentro de casa, local onde 53% das pessoas 60+ se acidentam. “A pressa e desatenção também está mais relacionada ao gênero, uma vez que elas são mais multitarefas do que os homens”.
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Quanto aos aspectos psicológicos, a fisioterapeuta lembra que “mulheres tendem a fazer uso com maior frequência de medicações psicotrópicas e a ter depressão. Além de sentirem mais medo de cair”.
O estudo também sinaliza que a hospitalização decorrente de queda é cerca de 80% maior entre as mulheres. Ou seja, os traumas são mais graves entre elas.
Prevenir para não remediar
Embora seja comum, não é normal cair após os 60 anos. Se isso ocorre é porque algo está acontecendo e merece investigação. Mônica explica que, a partir dos 55 anos, as pessoas começam a ter problemas relacionados ao equilíbrio.
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Uma forma de prevenção de quedas em idosos é praticar exercícios físicos. “Não basta ter músculos fortes nas pernas ou uma boa capacidade pulmonar, é preciso ter boa coordenação, bom tempo de reação e controle da postura e do andar. As atividades devem ser específicas para aprimorar o equilíbrio. Inclusive, é possível reduzir as quedas em 24% com exercícios físicos adequados”, comenta a fisioterapeuta.
A possibilidade de cair, principalmente a queda em idosos, é fruto da exposição vs. capacidade. Ao realizar qualquer atividade é fundamental estar presente física e mentalmente, tendo consciência corporal e atenção.
“Há que se ter uma moderação entre arriscar-se demais e limitar-se por medo. Nenhum dos extremos é bom. Quem se arrisca sempre vai cair e quem não faz nada também. O medo impõe uma certa cautela, mas não pode ser paralisador”, finaliza a especialista.
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