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Na casa dos meus pais, no interior de Minas Gerais, há um quintal grande, onde plantas as mais variadas verduras. O agrião é uma delas. Mas nunca apreciei muito essa folha. Preferindo alface, couve, almeirão, rúcula.
Depois de ler este excelente artigo de Victoria Vera Ziccardi para o jornal argentino La Nacion, traduzido por O Globo, vou incluir o agrião na minha dieta, pois os pesquisadores falam maravilhas dele.
Entre outras coisas, afirmam que “possui diversas características e propriedades para melhorar a saúde: ferro, cálcio, vitamina K, luteína e zeaxantina são alguns dos integrantes do coquetel de importantes minerais que ajudam a aumentar a densidade óssea, fortalecer a visão e o sistema defensivo do organismo, reduzir o diabetes, entre outros benefícios.”
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Ter uma alimentação desequilibrada ou não consumir diariamente elementos nutricionais básicos e essenciais pode ter sérios custos para a saúde. Anemia, excesso de peso, problemas digestivos e falta de energia são apenas algumas das consequências que podem ocorrer se você não se alimentar bem.
Portanto, sem dúvida, ter um plano nutricional que priorize alimentos naturais, orgânicos, ricos em vitaminas e minerais, é o melhor escudo para enfrentar as fragilidades do organismo e, portanto, condições crônicas ou problemas que podem ser evitáveis.
Considerado “perfeito”
Uma pesquisa intitulada “Definindo Frutas e Legumes Poderosos: Uma Abordagem de Densidade Nutricional” publicada pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, conclui que após uma análise diversificada de vegetais e frutas, o agrião provou ser o vegetal mais saudável para comer e é considerado pelos pesquisadores como “perfeito” graças ao seu poderoso perfil nutricional: possui alta concentração de vitaminas e minerais essenciais para o corpo como cálcio, potássio e vitamina A, cye, entre outros.
O agrião (Naturtium officinale) é um vegetal crucífero da família Brassicaceae, que também inclui outros alimentos como brócolis, couve-flor, repolho, nabo e couve de Bruxelas, além de couve e mostarda. Caracteriza-se por ser um vegetal que cresce em pântanos e cursos de água e é nativo da Europa e da Ásia Central. É considerado um dos primeiros alimentos consumidos pelo homem e com base nos resultados do estudo americano, não seria surpreendente pensar que os primeiros hominídeos sobreviveram com base no seu consumo.
Em relação às variáveis que os pesquisadores levaram em consideração, prepararam uma lista dos alimentos naturais mais completos nutricionalmente e, para isso, determinaram quais substâncias todo ser humano deveria ingerir diariamente e em que proporção. Os resultados foram: potássio, fibra, proteína, cálcio, ferro, tiamina, riboflavina, niacina, ácido fólico, zinco e vitaminas A, B6, B12, C, D, E e K.
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Em seguida, para formar a classificação final, foram analisadas até 47 hortaliças e frutas e, como resultado, o agrião obteve a pontuação mais alta, 100 em 100, seguido da couve chinesa, com 91,99 em 100, e da acelga com 87,27 em 100. O que infere que a quantidade de agrião necessária para obter 100 kcal também fornece 100% da quantidade diária recomendada de todos os nutrientes avaliados pelos pesquisadores.
De acordo com as tabelas nutricionais, é um dos vegetais que mais contém vitamina C – superando a laranja e outros citrinos – e também é evidente que cerca de 100 gramas de agrião contêm 3 mg de ferro, quantidade que ultrapassa o teor de 100 gramas de carne, por isso é classificado como alimento ideal no combate à anemia.
Consumido de várias maneiras
— Nutricionalmente, o agrião é entendido como um vegetal que fornece principalmente fibras, proteínas e carboidratos. Além disso, destaca-se por possuir boa quantidade de cálcio, vitamina C e antioxidantes como betacaroteno e potássio — explica a graduada em Nutrição, Valentina Martínez (MN 9394).
Em qualquer caso, apesar das suas características nutricionais, é um vegetal muito versátil, pois pode ser consumido em diversas apresentações. Os amantes da culinária sugerem que os brotos de agrião mais tenros e macios podem ser incorporados crus em saladas, sanduíches ou como condimento de outros pratos como risotos ou sopas. “De preferência, os profissionais recomendam comê-lo cru, pois assim o corpo incorpora a maior quantidade de nutrientes”, acrescenta Valentina.
Para a especialista, uma boa forma de consumi-lo é com queijos, pois assim aumenta a quantidade de cálcio do prato e o torna mais funcional:
— Da mesma forma, você também pode comê-lo cozido e ainda fornece grande quantidade de fibras e antioxidantes — revela a nutricionista.
Quanto à forma de obtê-lo, é bastante fácil, pois você também pode comprá-lo em lojas de produtos naturais ou supermercados, e pode cultivá-lo em casa.