Vivendo um dos períodos mais graves da história do país, os brasileiros estão sentindo os efeitos da pandemia do novo coronavírus nos vários aspectos de suas vidas. Tudo está sendo afetado, inclusive o relacionamento sexual, sobretudo dos casais mais velhos. Isso foi detectado por estudos realizados em diversos países, segundo a antropóloga e estudiosa do envelhecimento Mirian Goldenberg, que escreveu este artigo sobre o drama de homens e mulheres na cama, desde o surgimento do vírus, no ano passado.
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Você também está em busca do tesão perdido? Pesquisas realizadas em diferentes países apontam que os casais estão transando muito menos ou nem mesmo estão transando. A pandemia destruiu o desejo e até mesmo o amor entre casais que antes eram felizes. Não é à toa que cresceu significativamente o número de separações e divórcios no mundo todo.
Na minha pesquisa também apareceu a falta de desejo sexual: mais de 60% dos casais disseram que o tesão diminuiu drasticamente ou simplesmente desapareceu. Só 10% afirmaram que a frequência sexual está maior. A masturbação, a traição e o sexo virtual, o consumo de pornografia, de brinquedinhos sexuais e vibradores aumentaram bastante.
São muitas as perguntas dos que estão angustiados com a falta de tesão:
A última vez que transei foi em 10 de março de 2020. Será que sou normal? Ou fiquei brocha e impotente para sempre?
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Como vou ter tempo e disposição para trepar se cuido de todo mundo e ninguém cuida de mim?
Sinto inveja dos casais que estão namorando e trepando muito. Qual é o segredo dos que têm saúde física e mental para rir, brincar e transar em meio a essa tragédia?
Como me sentir desejável, se engordei vinte quilos e envelheci dez anos nessa pandemia?
Com tantos medos, incertezas, angústias e perdas dá para pensar em sexo?
Como ter prazer se estou em pânico com as perversidades das autoridades que deveriam cuidar das nossas vidas, mas sabotam a vacinação?
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Dá para ter esperança que esse pesadelo vai terminar e que vou voltar a transar?
Como relaxar e gozar com tantos brasileiros se aglomerando em festas, não usando máscara, e ainda apoiando e se identificando com sociopatas genocidas?
Eu adoraria ter as respostas para essas questões. Mas como posso responder se estou entre os brasileiros que não sabem quando (e se) o tesão vai voltar?
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