50emais
O que este artigo de Mariza Tavares, do blog Longevidade: Modo de usar, publicado por O Globo, mostra é que o fato de viverem mais levará as pessoas maduras a continuarem na ativa, até porque as empresas vão precisar dessa mão de obra, já que as previsões são que faltarão trabalhadores mais jovens.
“O mercado caminha para ser amigável para os idosos, com jornadas flexíveis. Haverá falta de mão de obra e as empresas vão precisar que os trabalhadores mais velhos permaneçam em seus empregos”, explica a jornalista Kerry Hannon, autora de “No controle depois dos 50: como ter êxito no novo mundo do trabalho.”
A questão é que, como as pessoas estão vivendo mais, depois da aposentadoria podem ter até 30 anos de vida. E quem vai bancar isso?
Pesquisa da Merrill Lynch mostrou que, nos Estados Unidos, país muito mais rico do que o nosso, apenas “27% das pessoas acima dos 50 relatam que dispõem de uma reserva que deve durar dez anos – mas não os 20 ou 30 anos necessários!”.
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Os EUA assistem a um fenômeno batizado de “Peak 65”: entre 2024 e 2027, diariamente, cerca de dez mil norte-americanos completarão 65 anos e terão direito à aposentadoria. No final da década, vão superar, em número, a população abaixo dos 18. “A experiência desse enorme contingente servirá para sinalizar as melhores alternativas para as gerações seguintes”, afirmou o atuário e consultor financeiro Bryan Pinsky, referindo-se ao bônus da longevidade, marca registrada do século XXI, em seminário on-line da Universidade Stanford:
“Do grupo que está chegando aos 65, um em cada três viverá até os 90; um em cada sete, até os 99. A pergunta crucial é: 40 anos de trabalho garantirão 30 anos de aposentadoria?”, provocou.
Essa é uma reflexão que serve para nós e deveria fazer parte das conversas familiares com crianças e adolescentes: dá muito trabalho ganhar dinheiro e é preciso ainda mais empenho para poupar.
Durante décadas, os americanos foram beneficiados pela contribuição patronal para uma previdência privada, que se somava à pensão do governo e à poupança individual.
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No entanto, num novo modelo econômico no qual vínculos empregatícios escasseiam, esse pé-de-meia deixou de ser uma realidade, enfatizou a jornalista Kerry Hannon, autora de “In control at 50+: how to succeed in the new world of work” (“No controle depois dos 50: como ter êxito no novo mundo do trabalho”, em tradução livre):
“O mercado caminha para ser amigável para os idosos, com jornadas flexíveis. Haverá falta de mão de obra e as empresas vão precisar que os trabalhadores mais velhos permaneçam em seus empregos. E não parar é estimulante, financeira e mentalmente”, aposta, acrescentando que o empreendedorismo sênior está em franca expansão.
Estudo do banco de investimentos Merrill Lynch aponta que a aposentadoria é, na verdade, a maior “compra” que realizamos, custando o equivalente a 2.5 o preço de um imóvel médio. Embora a maioria diga que quer viver até os 90, somente 27% das pessoas acima dos 50 relatam que dispõem de uma reserva que deve durar dez anos – mas não os 20 ou 30 necessários!
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