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Pela primeira vez, a jornalista e apresentadora deu uma entrevista na televisão sobre o drama que vive desde 2018, quando foi diagnosticada com Mal de Parkinson.
Contou no programa da Ana Maria Braga, que se emocionou, detalhes de como descobriu estar com a doença, incurável, de como o marido a ajuda a não ficar deprimida, e de suas expectativas otimistas em relação à sua condição.
As vítimas dessa doença costumam ter mais de 65 anos. Mas, como é o caso de Renata, cada vez mais pessoas mais jovens estão sofrendo de Parkinson, que pode causar alterações de humor, além de ansiedade e depressão.
Leia neste artigo do Estadão o relato de Renata Caputti:
Renata Capucci, 50, descobriu a doença aos 45 anos, três dias após uma participação no programa de Ana Maria. Na época, ela participava da competição de talentos musicais chamado Popstar. “Meu marido me levou em uma emergência neurológica, porque um dia antes eu estava sozinha em casa e meu braço esquerdo subiu sozinho, retesado, sem controle”, contou.
“Eu vinha desde fevereiro de 2018 mancando, e achei que não era nada. Fui no osteopata, fiz fisioterapia, e meu dedinho do pé esquerdo começou a ficar retraído”, continuou a apresentadora.
Na época, ela decidiu não desistir da competição, mas achou que não estava preparada para revelar o diagnóstico. A informação só foi divulgada no ano passado ao gravar um episódio sobre doenças degenerativas para o podcast do Fantástico. “Eu seria muito falsa se, ao final daquele programa, eu continuasse só apresentando. Eu falei: estou pronta para me abrir. Me emocionei, eu sou um”.
Cerca de 1% da população acima dos 65 anos, aponta a Organização Mundial da Saúde, deve conviver com algum grau de efeitos relacionados ao e Parkinson. Embora mais frequentes entre idosos, os diagnósticos de pacientes abaixo dos 60 anos vêm aumentando. Segundo estimativas da OMS, entre 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50; cerca de 2%, podem estar abaixo dos 40. Um dos casos mais conhecidos de diagnóstico precoce é do ator canadense Michael J. Fox, de 61 anos. O artista, da franquia De Volta para o Futuro, descobriu ter a doença aos 29 anos.
Hoje, Renata conta que percebe alguns sintomas da condição neurológica crônica que ainda não em cura. “Nos momentos mais tensos, que são muito comuns na nossa vida no jornalismo, eu sentia minha perna tremendo embaixo da bancada. E eu ficava assim: imagina, 45 anos, ‘burra velha’, dei para ficar nervosa!”
Renata presenteou a apresentadora com uma placa de metal com os dizeres “o que a vida quer da gente é coragem”. “É simples, mas cheio de significado para nós duas”, disse Renata. Ana Maria Braga, que tratou três tumores no pulmão nos últimos cinco anos, chorou com o presente.
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Renata diz manter positividade para que a cura se torne uma realidade. “Eu sou otimista, eu gosto de acreditar que está sempre perto”.
Como é o diagnóstico? Quais são os sintomas? Tem cura?
De causa neurológica, a doença de Parkinson ocorre devido à degeneração das células que produzem a dopamina neurotransmissor cerebral, que conduz as correntes nervosas para todo o organismo. O diagnóstico é feito com base na história clínica do paciente e no exame neurológico. Não há teste específico para o seu diagnóstico ou para a sua prevenção.
O neurologista e coordenador do Núcleo da Memória no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Diogo Haddad, explica que existe uma correlação maior do Parkinson precoce e causas genéticas, mas fatores ambientais, que variam de indivíduo para indivíduo, também estão envolvidos. Ela é multifatorial. Por isso é importante a avaliação do histórico familiar, na visão do especialista.
Haddad explica também que os sintomas podem ser bem semelhantes, independentemente da idade do paciente quando é diagnosticado. “Diferentemente do que costumamos pensar, o tremor não é o principal sintoma de Parkinson de Início Precoce, por isso é preciso estar atento a outros sinais ainda mais importantes”, explica o especialista.
Dentre os sintomas mais comuns estão movimentos involuntários de mãos, braços e pernas; contrações involuntárias de qualquer parte do corpo; lentidão para fazer movimentos simples e rotineiros como andar, pegar objetos, sentar ou se levantar; e alterações de humor, além de ansiedade e depressão.
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Não há cura, mas a doença pode ser tratada, como explica o especialista. “Hoje existem medicamentos que permitem, de certa forma, rever a dopamina perdida na doença. Além desses remédios, é possível avaliar, de acordo com a evolução, processos mais avançados, como um modulador cerebral para fazer o papel dessa falta de dopamina, como uma neurocirurgia funcional”, diz.
Como forma de prevenir doenças neurodegenerativas, o médico Fernando Freua, neurologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, recomenda bons hábitos de vida. “Atividade física, controle de comorbidades e alimentação saudável, como a dieta do mediterrâneo, têm uma boa evidência como fatores ajustáveis que promovem a prevenção”.
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