Ana Maria Cavalcanti
50emais
Londres é sempre uma referência importante no mundo da moda. Aqui surgiu a mini saia nos anos 60, depois vieram os punks, com roupas rasgadas, cheias de alfinetes – só para citar dois momentos inesquecíveis na história da moda londrina.
Em termos de moda de rua, aqui cada um se veste do jeito que bem entende. Quem se importa? A ousadia foi sempre uma característica da moda dessa cidade.
O que percebo é que, com o passar dos anos, a moda londrina foi ficando mais comportada, mas sempre criativa. Há poucos dias estive em Londres, em plena primavera, com dias longos, sol morninho, jardins e praças floridos.
E de novo, o que vi nas ruas e vitrines me encantou.
Nessa primavera-verão no hemisfério norte, em termos de moda, em primeiro lugar, ternos. De linho, algodão, seda, cetim. Fáceis de usar, caem bem em todas as idades e ocasiões. Para ir trabalhar, para festas, com tênis, sapato alto ou sandália, são lindos. Deixam qualquer mulher elegante.
O que mais? Babados, muitos babados, uma profusão de babados em vestidões longos ou curtos. Caem bem nas magras e naquelas que querem esconder alguma dobrinha indesejável do corpo. Notei também nas vitrines, muita manga bufante. Pessoalmente não acho graça.
E o crochê, o sempre lindo crochê está de volta em vestidos, blusinhas curtas mostrando a cintura, saias, bolsas e sacolas. Não só com fio de lã e algodão mas também feito com outras fibras, como a ráfia.
Acessórios: as mini bolsas são um grande objeto do desejo. De todos os preços, sempre usada na transversal do peito. Preços para todos os bolsos, de 25 a 3 mil reais, aquelas de grife.
Outro acessório que voltou, foi o body aquela peça que parece um maiô, lembra? Criado pela estilista americana Norma Kamali, décadas atrás, nunca deixou de ser usado.
E agora volta com força total ainda mais versátil: com mangas curtas, cavadas as ou longas. Decotados ou com gola alta, franzidos ou lisinhos, estampados ou lisos.
Tenho vários e gosto muito. Prefiro usar com blazer, ou com calças jogger. Fica uma graça. Detalhe: ele emagrece, é sexy e deixa a silhueta sequinha.
As calças jogger, aquelas com elástico no tornozelo e na cintura, continuam na moda, vendidas e usadas por toda parte, em todas as cores e padronagens.
Também muito versáteis, podem ser usadas com tênis ou salto alto, blusa por dentro ou por fora. Com camiseta, ou com blusa mostrando a cintura. Fica demais!
Quem é fã da calça jogger é a ex-primeira dama americana Michele Obama. Ela usa com salto alto. Pessoalmente uso com tênis, até mesmo porque minha coluna há muito tempo me proibiu de usar salto.
Do alto do segundo andar dos ônibus vermelhos londrinos, sentada na primeira fileira de bancos com vista panorâmica, olhei atentamente ao movimento das ruas e as vitrines das lojas.
Definitivamente, Londres está mais comportada e também politicamente correta. Um bom exemplo é a Ann Summers, famosa cadeia de lojas de lingerie especializada em peças sexy e objetos sexuais ( sex toys).
Com mais de 140 lojas espalhadas pelo Reino Unido, já teve muitas de suas campanhas promocionais criticadas pelo teor sexual que exibiam.
O que vi na vitrine da Ann Summers, em Oxford Street, foi algo totalmente diferente. Um enorme cartaz com três tipos de mulheres: uma magra, uma cheinha e uma gordinha.
Digo gordinha porque é considerado feio e ofensivo dizer gorda. Minha querida amiga, Luciana Del Claro, uma das melhores editoras de televisão com quem trabalhei, usa tamanho 52 e se diz “gordinha”!
Mas, voltando ao cartaz, lá estavam as três garotas , expondo suas dobrinhas com orgulho e sensualidade.
Para terminar, não posso deixar de mencionar a Primark, um verdadeiro fenômeno varejista. A marca irlandesa, com 352 lojas espalhadas pelo mundo, vende roupas e acessórios super baratos.
Com 20, 30, 40, 50 reais, você pode comprar camisetas, pijamas, bolsas, tênis, bijuterias, perfumes. É inacreditável. Os vestidos deixam a desejar, mas todo o resto vale muito à pena, de boa qualidade.
A loja tem várias filiais em Londres, sendo que as duas maiores ficam em Oxford Street, onde estive. . Em tempos bicudos de crise econômica, a Primark é um sucesso retumbante de vendas. Quem entra, saí com um montão de sacolas na mão, feliz da vida. Nada como comprar muito e gastar pouco!