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Para mim, que nem nado direito, a travessia dos 60 km que separam a capital baiana de Morro de São Paulo, percorridos por Alessandra Penariol, parece algo impossível.
Como alguém consegue nadar sem parar toda essa extensão? Pois foi essa proeza que fez com que Alessadra entrasse para a história, na semana passada, ao ir de um lado a outro em 23 e meia, ou seja, ela permaneceu na água quase um dia e uma noite. Ufa! Só de escrever a gente cansa.
A travessia não foi fácil só por causa da distância. Num deteminado momento, a atleta se viu nadando no meio de um cardume de caravelas. Sofreu queimaduras, algumas sérias, mas não desistiu, incentivada, na reta final, pelos gritos dos dois filhos.
E como ela vê essa conquista? “Eu sou uma nova pessoa, mais resiliente, mais humilde”, comenta ela sobre o impacto do feito na sua vida: “Eu larguei uma pessoa e cheguei uma outra.”
Leia a história dessa façanha, contada em detalhes, neste artigo do swimchannel.net:
Paulista, 49 anos, amante dos esportes aquáticos, Alessandra Penariol Melo, a Leca fez história no final de semana nas águas abertas da Bahia. A nadadora encarou um desafio de fazer algo inédito e muito expressivo. Depois de vários meses de treinamento e preparação, Leca encarou uma travessia de 60 quilômetros que separam Salvador até Morro de São Paulo.
Pouco menos de 24 horas, 23 horas e 30 minutos para ser mais exato, numa chegada muito festiva e emocionante no Arquipélago de Cairu, em Morro de São Paulo.
Treinada por Rodrigo Nova na Academia Acquanova em Villa, Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, Leca fez todo tipo de preparação para este desafio. Desde 12 horas nadando sem parar até 42 quilômetros e outras 24 horas de piscina. Eram travessias menores, saindo de Salvador para outras localidades. Todas estas provas testes foram encaradas como testes e sempre as feitas na piscina eram mais duras de realizar. Nadar a noite era a melhor opção. Foi por isso que Leca e sua equipe decidiram largar pela manhã para chegar também pela manhã.
Um time de profissionais e equipe de apoio foram determinantes na preparação e execução da prova. A dupla de caiaques teve dificuldade em fazer o percurso, as ondas eram altas. Não foram poucos os integrantes do time que passaram mal durante a prova. Pior mesmo foi Leca e sua “briga” com as caravelas.
Acostumada com as provas de águas abertas em Salvador sabia que iria encarar isso no percurso, mas foi maior, muito maior do que esperava. Eram pouco mais de 18 horas de provas quando ela se viu nadando num cardume de caravelas. Foram muitas queimaduras e com graves consequências na hora da prova e após concluir a distância.
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Aos gritos Leca resistiu as queimaduras e seguiu sua prova. Um socorrista a bordo dava o apoio e principalmente identificava a capacidade da nadadora seguir no desafio.
Este incidente das caravelas mudou a história e o ritmo da prova. Ela tinha feito 50 quilômetros em 14 horas, mas a parte final vieram as dores e as reações alérgicas das queimaduras das caravelas.
Veja um trechinho do vídeo mostrando a luta da nadadora:
Ao entrar na parte final, chegando a Morro de São Paulo, a natação não fluia. Leca nadava, nadava e praticamente não saía do lugar. O treinador Rodrigo Nova teve uma ideia que fez toda a diferença. Mandou buscar de lancha os dois filhos adolescentes que estavam na praia. A dupla e os gritos de incentivo foram determinantes nestes momentos finais.
Leca é uma excelente nadadora. Sua preparação para este desafio teve pilates, musculação, mas foi a preparação mental o grande segredo de sua conquista.
Toda a travessia foi planejada e acompanhada por um fiscal da Federação Baiana de Desportos Aquáticos para oficializar a performance. Leca que aprendeu a nadar com seu pai ganhou o direito de poder fazer a parte final do desafio nadando ao lado dele. Este, entretanto, optou por ficar na praia, a ansiedade e a emoção era gigante demais.
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Registros por lives de Instagram mostraram a chegada de Leca, rosto inchado pelas reações alérgicas e um grupo de amigos, familiares e admiradores lhe esperavam na praia. Uma bandeira do Estado da Bahia e o abraço da família completaram todo este belíssimo desafio.
Leca foi medicada ali mesmo, passou por exames e passa bem. Apenas o sal acabou por inflamar um pouco a sua garganta e permanece em repouso. Nada demais para toda aquela dor e superação que ela superou na disputa. Ao comentar o seu feito mencionou que depois da prova “eu sou uma nova pessoa, mais resiliente, mais humilde, eu larguei uma pessoa e cheguei uma outra” comentou ela satisfeita com sua conquista.
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