Glória Pires é mais uma a se render ao grisalho durante a quarentena, que agora parece mais longe de acabar, com a perspectiva da chegada de uma segunda onda da covid-19. Muitas outras atrizes, gente de TV, pessoas conhecidas e tantas desconhecidas aproveitaram esse período de isolamento, que começou em março, para levar uma vida mais simples, mais caseira mesmo, abandonando hábitos como o de pintar o cabelo.
No caso de Glória Pires, o curioso é que ela, disposta a mudar o visual, enfrentou resistência da família para se assumir grisalha. “Todo mundo foi contra, o marido, os filhos. Mas fui ficando. E estou adorando. Estou me sentindo bem, bonita, empoderada mesmo.” – conta ela, nessa entrevista a Mariana Weber , de O Globo.
Leia:
Gloria Pires nunca esteve tão de bem consigo mesma.Se a maturidade trouxe sono difícil e cabelos brancos (assumidos, apesar de protestos familiares), trouxe também mais liberdade para se mostrar quem realmente é. Não que envelhecer seja moleza. “Mas é mais fácil quando você abraça essa condição”, diz a atriz de 57 anos à revista ELA desta semana.
Durante o confinamento, Gloria chegou a tingir os fios para uma campanha publicitária. Depois voltou a deixá-los ao natural. “Estou me sentindo bem, bonita, empoderada mesmo.”
Foi também durante a quarentena que a atriz retomou o convívio com toda a família dentro de casa: o marido, o cantor Orlando Morais, os quatro filhos (Cleo, Antonia, Ana e Bento) e o gato Garfield. “Fomos para a casa de Brasília pensando em passar um ou dois meses e ficamos seis”, lembra. “Junto com o susto, com a expectativa, com o medo, tive momentos de muito prazer, de estar com a família sem ter que sair, viajar, tirar férias.”
A seguir, alguns destaques da conversa.
Quarentena
“Foi algo novo ter o marido e os quatro filhos dentro da minha casa. A melhor parte foi isso, estar com eles. Duas filhas já moravam sozinhas, teve essa volta. E o Orlando é uma pessoa que viaja muito. Então, como casal, a gente também teve que fazer ajustes. Sou uma pessoa que adora a liberdade, mas acho que as limitações trazem ensinamentos. Sinto que aprendi muitas coisas. Uma delas foi assumir o meu lugar como dona da casa e mãe dessa família. Na lida diária.”
Leia também: De repente, me deparo com os cabelos brancos de Jane Fonda
Cabelo branco
“Eu estava querendo deixar meu cabelo branco há algum tempo. Mas na última novela, ‘Éramos seis’, como transcorriam 30 anos na história, seria complicado: o consenso foi que eu deveria ter o cabelo pintado e ir fazendo os brancos de acordo com a continuidade. Quando acabou, falei: ‘Agora vou deixar’. Todo mundo foi contra, o marido, os filhos. Mas fui ficando. E estou adorando. Estou me sentindo bem, bonita, empoderada mesmo.”
Envelhecimento
“O sono muda muito. Tem vezes que durmo melhor, tem vezes que durmo pior — me trato com medicina ortomolecular, tenho uma suplementação, faço meditação. Mas é um processo. É mais fácil quando você abraça essa condição. Vivi 57 anos, tenho rugas, flacidez, estes cabelos são meus. E isso não me faz sofrer. Quando eu era mais jovem, talvez pensasse neste momento com mais dificuldade. E minha saúde é melhor agora: quero ter saúde para curtir minha velhice e tudo pelo que trabalhei. A menopausa está rolando bem. Fiquei com receio no início. Mas não está sofrido.”
Leia também: Cabelos curtíssimos para você que gosta de praticidade e estilo