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Os números que acabam de ser divulgados pelo IBGE surpreenderam porque mostram que o Brasil está envelhecendo muito mais rapidamente do que o esperado.
Em três décadas e meia (1960), acima de 50% da força de trabalho do país terá mais de 40 anos. O Brasil, celebrado como jovem por tanto tempo, agora,caminha para se tornar o sexto país com população mais velha do mundo.
É uma grande mudança no nosso perfil populacional, como mostra este trecho de um artigo de Geralda Doca, Carolina Nalin e Beatriz Coutinho para O Globo.
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Dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE na semana passada mostraram que o crescimento da população brasileira está desacelerando mais rapidamente que o esperado, e isso tem pelo menos dois reflexos diretos sobre o mercado de trabalho, aponta um estudo inédito do economista Rogério Nagamine.
Entenda os principais pontos da pesquisa
Menos gente para trabalhar: O pesquisador estima que o número de trabalhadores disponíveis no país vai cair 6,3% até 2060, o que significa uma perda de cerca de 7 milhões de pessoas em relação ao contingente atual, de 107,5 milhões.
Futura força de trabalho será mais velha: Em 2060, a idade média dos trabalhadores será de 42,1 anos. O ano passado terminou com média de 38,8 anos, pouco mais de dois anos acima da de 2012, que foi de 36,9 anos. Segundo o economista, já no início da próxima década a idade média dos trabalhadores ultrapassará 40 anos.
Maioria grisalha: E, em 2060, mais da metade (54,4%) da força de trabalho terá mais de 40. No fim de 2022, eram 45,1%. Em menos de quatro décadas, os maiores de 50 serão praticamente um terço (32%) dos profissionais. Atualmente, eles são 22,4%.
Para Nagamine, o envelhecimento demanda políticas públicas e ações das empresas para enfrentar esse futuro. Será preciso aumentar a produtividade do trabalho e a capacidade de os profissionais aprenderem ao longo da vida. Ou seja, os trabalhadores precisarão se requalificar sempre.
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— Haverá menos trabalhadores disponíveis, vamos ter que ser mais produtivos para manter o PIB (Produto Interno Bruto), para fazer a economia crescer — diz Nagamine, especialista em políticas públicas que foi subsecretário do Regime Geral de Previdência Social no governo passado. — O ritmo crescente da mudança tecnológica já demandaria por si só maior aprendizagem ao longo da vida. O envelhecimento da estrutura etária da força de trabalho reforça ainda mais essa necessidade.
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