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A breve história da completa reinvenção de Patrícia Braga, 56, é contada por Mariza Tavares em seu blog Longevidade Modo de Usar, no Portal G1. Demitida de repente, às vésperas dos 50, ela se aventurou em uma série de profissões. Até decidir reunir a família – marido e uma filha – e ir buscar dias melhores em Portugal. Um dos fatores que mais pesaram na hora de deixar o Brasil, segundo ela, foi a crescente insegurança no Rio. Ela acabou se tornando professora de alunos mais velhos, em uma universidade. Na localidade em que decidiram se instalar, os três vivem muito bem.
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Em 2019, escrevi sobre a dura experiência que Patrícia Braga teve ao ser demitida de um cargo executivo um mês antes de completar 50 anos. “Descobri que estava velha demais para qualquer vaga”, me contou na época. Foi motorista de aplicativo, fez artesanato e vendeu doces numa bicicleta decorada – sim, ela não se deu por vencida e abraçou o empreendedorismo.
Aos 56 anos, vive há dois em Mafra, cidadezinha a 30 quilômetros de Lisboa, com o marido, Walter, de 68 anos, e a filha, Annie, de 16: “estamos a meia hora da capital e a cinco minutos do mar”, descreve.
A família deixou o Brasil fugindo da falta de segurança que atinge inclusive a valorizada Zona Sul do Rio de Janeiro – “os tiroteios em Botafogo, onde morávamos, eram quase diários”, lembra – e em busca de uma oportunidade para a adolescente ter acesso a uma universidade europeia.
“Em uma semana tinha certeza de que havia sido a melhor decisão que poderíamos ter tomado”, avalia. O casal se valeu do chamado “visto para aposentado”, que, em Portugal, possibilita a residência de quem tem renda garantida e pode viver no país com esses recursos.
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Patricia pesquisou o ranking de escolas públicas e se encantou com o nível de ensino: “além disso, tudo é grátis. estudante recebe os livros, notebook e o pacote de dados para navegar na internet”.
A família chegou junto com a situação de emergência da pandemia e ela aproveitou o período de isolamento para confeccionar e doar máscaras. Assim que a situação permitiu, fez um curso para se tornar corretora de imóveis e seu foco é o público brasileiro, mas quis conciliar a atividade remunerada com um trabalho voluntário, por isso se ofereceu para dar palestras na Universidade Sênior de Mafra (Usema), que tem cerca de 1.200 alunos.
Sua história encantou a direção, que a convidou para ser professora. Criou a disciplina “Reinventar-se na idade sênior” e, nas aulas, uma vez por semana, discorre sobre resiliência, positividade e até sobre como livrar-se das tralhas e abraçar um estilo de vida mais minimalista.
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Mesmo com a agenda cheia, se inscreveu para ser voluntária no magnífico Palácio Nacional de Mafra, tem planos de abrir um negócio em breve e, depois que a filha ingressar na universidade, vai comprar um trailer (que lá é chamado de caravana) para viajar com o marido. É bem possível que esse blog ainda volte a falar de dela.
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