Ana Maria Cavalcanti
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A morte da rainha Elizabeth II foi amplamente noticiada pelos jornais radio e TV do mundo todo. E não só os seres humanos receberam a triste notícia: as milhares de abelhas criadas pela soberana foram comunicadas pessoalmente pelo cuidador delas que Elizabeth II tinha deixado este mundo.
O ritual foi assim: Jonh Chapp, que está no cargo há 15 anos, bateu em cada uma das cinco colmeias da rainha, dizendo: “ a senhora está morta, mas não vão embora. Seu novo mestre Charles III, é o novo rei e ele será um bom mestre para vocês.”
Em seguida, para começar o luto, ele colocou uma faixa preta em volta de cada colmeia. Essa pequena cerimônia, tão delicada, me emocionou, em meio a tantas atos de despedida da monarca mais longeva do Reino Unido.
É como se as abelhas estivessem encarregadas de comunicar ao reino dos animais a noticia que aquela soberana que se interessava tanto por elas, já não estava mais entre nós.
Era conhecido o grande amor que a rainha nutria por seus cachorros e cavalos. O que poucos sabiam e que ela cuidava também de cinco colmeias, que viviam nos jardins bem tratados de Buckinham Palace e Clarence House, uma das residências da família real. A rainha mãe morou lá muito tempo.
O comunicado ás abelhas, segue uma tradição milenar que afirma: se as abelhas não forem informadas da morte de seu mestre, elas deixam a colmeia, param a produção do mel e morrem. Com trágicas consequências para a humanidade.
De acordo com a mitologia celta, as abelhas são mais que fabricantes de mel, são consideradas mensageiras do mundo para o reino espiritual.
Como o rei Charles III é um dos maiores defensores do meio ambiente, com certeza o futuro das abelhas da rainha está assegurado.
O que não está garantido é o futuro da própria monarquia.
*Ana Maria Cavalcanti é jornalista e morou mais de uma década em Londres.
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