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Linda Evangelista, a supermodelo canadense que arrasou nas passarelas nos anos de 1990, saiu do escoderijo onde se refugiou em 2015, depois de um procedimento estético que deu errado – criolipólise: resfriamento das células de gordura – e deixou-a, segundo as suas próprias palavras, “desfigurada.” Ela está processando a empresa responsável pela pela plástica malsucedida, exigindo 50 milhões de dólares em indenização, e, pela primeira vez, apareceu para dar uma entrevista. Linda também divulgou algumas fotos de como ela está hoje. A modelo foi uma das mais bonitas de sua época. Quando completou 50 anos, decidiu dar uma geral na aparência. Foi quando começou o seu pesadelo.
Leia o artigo publicado pela revista Vogue:
A supermodelo Linda Evangelista, de 56 anos de idade, que se submeteu a um procedimento estético para redução de gordura há seis anos, concedeu uma entrevista para a revista People para falar do processo que a deixou desfigurada.
Na época, Linda realizou o “CoolSculpting”, e acabou sofrendo um raro efeito colateral irreversível. Suas células de gordura aumentaram partes do seu corpo em vez de diminuir.
O método estético é aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), que significa “Administração de Comidas e Remédios”, e tem sido promovido como uma alternativa não invasiva à lipoaspiração.
Após não ter sucesso com o procedimento, Linda entrou com uma ação judicial contra a empresa responsável pelo CoolSculpting, a Zeltiq Aesthetics Inc., por US$ 50 milhões (aproximadamente R$ 258 milhões na cotação atual), alegando que não pôde mais trabalhar desde que passou por sete sessões do procedimento no consultório de um dermatologista de agosto de 2015 a fevereiro de 2016.
“Adorei estar na passarela. Agora tenho medo de encontrar alguém que conheço. Eu não posso mais viver assim, me escondendo e com vergonha. Eu simplesmente não podia mais viver com essa dor. Estou disposta a finalmente falar. Não vou mais me esconder”, disse.
Três meses após os tratamentos de Evangelista, ela começou a notar protuberâncias no queixo, coxas e área do sutiã. As mesmas áreas que ela queria reduzir de repente começaram a crescer, endurecer e, então, ficaram dormentes.
“Tentei resolver sozinha, achando que estava fazendo algo errado. Cheguei a um ponto em que não estava comendo nada. Achei que estava enlouquecendo”, relembrou ela. Evangelista contou que por conta própria, começou a pegar mais pesado nos treinos e intensificou a dieta restrita.
Em junho de 2016, ela foi a um médico, desesperada, e acabou ouvindo o que não queria:
“Eu estava chorando e disse: ‘Não comi, estou morrendo de fome. O que estou fazendo de errado?'”.
Foi aí que, o médico em questão disse que Linda estava uma hiperplasia adiposa paradoxal (HAP).
“Ele me disse que nenhuma dieta ou exercício iria consertar isso”, relembrou.
A People conversou com um especialista no assunto, e ele disse que, a hiperplasia afeta 1% dos casos do procedimento CoolSculpting e faz com que o tecido adiposo afetado engrosse e se expanda em vez de reduzir.
O método consiste em um processo conhecido como criolipólise, colocando um rolo de gordura entre duas pás que resfriam a gordura a uma temperatura abaixo de zero.
Linda ainda contou que a empresa se propôs a pagar por uma lipoaspiração para reduzir os danos, porém, na véspera da lipoaspiração, a ex-modelo foi informada que a empresa cobriria o procedimento apenas se ela assinasse um acordo de confidencialidade.
Com isso, Linda se recusou a aceitar a proposta da empresa e fez a primeira de duas cirurgias de corpo inteiro com seu próprio dinheiro.
“Se eu andar sem cinto em um vestido, vou ter escoriações a ponto de quase sangrar. Porque não é como esfregar a gordura macia, é como esfregar a gordura dura”, disse ela, alegando que a sua postura também foi afetada porque não pode mais “colocar os braços ao longo do meu lado. Eu não acho que estilistas vão querer me vestir com isso”.
Após todo o transtorno, Linda Evangelista diz que não consegue mais se olhar no espelho:
“Eu não me olho mais no espelho. Não parece comigo”.
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Por fim, ela fez uma reflexão sobre envelhecimento e arrependimento:
“Por que sentimos a necessidade de fazer essas coisas [com nossos corpos]? Eu sempre soube que envelheceria. E sei que há coisas pelas quais um corpo passa. Mas eu simplesmente não achava que ficaria assim. Não me reconheço fisicamente, mas também não me reconheço mais como pessoa. Ela desapareceu”, lamentou, dizendo que o que lhe deixa “conformada” é tentar ajudar pessoas que estão passando pelo que ela passou:
“Espero poder me livrar de um pouco da vergonha e ajudar outras pessoas que estão na mesma situação que eu. Esse é o meu objetivo”.
Veja Linda Envangelista desfilando no auge da carreira: