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Quando se fala de envelhecer bem, significa um envelhecimento com saúde, nosso bem maior. E qual é a chave para se chega lá? Os exercícios físicos, sejam eles de que natureza for.
Sem nos movimentarmos dificilmente teremos uma velhice saudável. Para quem diz que não tem ânimo, eu garanto que é só começar. Com o tempo, você sente necessidade de se mexer.
O brasileiro vive hoje muito mais do que anos atrás. Mas, como explica este artigo de O Globo, esse bônus de longevidade só vale a pena se for acompanhado de qualidade de vida. Afinal, de que adianta viver muito, mas doente e sem autonomia?
Somente a atividade física pode ajudar nessa situação, aliada à prevenção de quedas – comuns à medida em que vamos envelhecendo -, e ficar atento para cuidar da depressão, que também costuma surgir com o avançar do tempo.
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A população está envelhecendo: a expectativa de vida do brasileiro, que era de 45,5 anos em 1940, atingiu 76,2 anos este ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS ). E deve alcançar 88,2 anos até 2100. Esse bônus de longevidade, no entanto, só vale a pena se for acompanhado de qualidade de vida. Afinal, de que adianta viver muito, mas doente e sem autonomia?
Segundo a médica geriatra Louise Montesanti (@dralouisegeriatra , no Instagram), é importante cuidar dos hábitos das pessoas para que elas adoeçam menos e demorem mais para desenvolver determinadas doenças. “É muito diferente desenvolver diabetes com 40 e com 80 anos. Então, a ideia é retardar ao máximo o adoecimento.”
Ela cita três pilares principais para o envelhecimento bem sucedido, ou seja, com autonomia, funcionalidade e bem-estar: prática regular de atividade física, prevenção de quedas e prevenção e tratamento da depressão.
Sabemos dos inúmeros benefícios da atividade física. No caso das pessoas 60+, a médica destaca a importância dos exercícios regulares para a ativação do metabolismo, o ganho de músculos e a aumento da imunidade. “A atividade física também melhora a mobilidade, regula a temperatura corporal e tem papel relevante na prevenção da demência. E ela é fundamental para os dois outros pilares: a prevenção de quedas e prevenção e tratamento da depressão. Para evitar cair a pessoa precisa ter uma mobilidade boa e, para isso, ela precisa praticar exercícios. É obrigatório”, afirma.
Mas existem barreiras em relação à prática de exercícios na terceira idade que precisam ser trabalhadas. “O médico muitas vezes não reconhece a importância de se exercitar nessa fase e não prescreve. Há também o etarismo, inclusive por parte do próprio paciente, que pensa que atividade física é para jovens, que já passou da idade e o exercício não vai funcionar para ele. E muitas vezes a família rejeita a ideia por conta da aparência frágil do idoso.”
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A médica ressalta a importância de os profissionais de saúde serem mais bem treinados para atuar na prevenção de quedas. “Faz parte da anamnese perguntar se o paciente caiu alguma vez no último ano e nunca minimizar o assunto, achar que foi só um tropeço, um escorregão ou um simples acidente. A queda não é um azar ou um trovão num dia de sol: pode estar relacionada a outras questões.”
Louise também recomenda avaliar a polifarmácia. “Quanto mais remédios a pessoa toma, maior o risco de ter uma queda. Especialmente se ela faz uso de sedativo, antidepressivo, remédio para a pressão arterial, Parkinson e se ela tiver algum déficit sensorial, visual ou auditivo”, explica.
Sobre o terceiro ponto para envelhecer bem: prevenir a depressão, diagnosticá-la precocemente e tratá-la. “Muita gente acha normal o idoso ficar desanimado, apático e não querer sair de casa. Isso é normalizar um problema que é um fator de risco para demência e Alzheimer. A depressão é também um primeiro sinal de demência por múltiplos infartos, uma demência por má circulação cerebral.”
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A atividade física aparece de novo aqui, porque atua na prevenção e no tratamento de depressão. A especialista afirma que, para tratar a depressão leve, os exercícios físicos regulares, a terapia cognitivo-comportamental e os medicamentos têm os mesmos benefícios e são igualmente eficazes. E vale tanto fazer exercício resistido, como musculação, como exercício aeróbico, como caminhada e dança.
“No caso de depressão moderada, que demanda o uso de medicamentos, conseguimos melhores desfechos, efeitos mais rápidos, duradouros e com menos medicamentos se a pessoa estiver fazendo atividade física”, destaca a geriatra.
Vale lembrar que não precisa esperar chegar aos 60 anos para incorporar o movimento ao dia a dia: quanto antes começar, melhor!
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