Maya Santana, 50emais
Depois de ver o que o diabetes fez com meu irmão mais velho – ele terminou morrendo antes de completar 61 anos de vida -, prometi a mim mesma que faria tudo ao meu alcance para evitar me tornar diabética. Caminho e faço exercícios diariamente, de segunda a segunda, e cuido da alimentação, porque, uma vez diagnosticado com essa doença, a vida torna-se muito mais difícil. Segundo este artigo de Keila Guimarães, da BBC Brasil, em geral, o diabetes “afeta pessoas com menos anos de estudo e aquelas acima dos 55 anos. As mulheres com mais de 35 anos com obesidade abdominal, hipertensão arterial e triglicérides elevados são o público com maior risco de desenvolver a doença.” No Brasil, há mais de 13 milhões de pessoas sofrendo da doença. E este número está aumentando. Nada mais precioso do que a nossa saúde. Quanto mais cedo nos conscientizarmos disso, melhor será nossa velhice.
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Na última década, o número de pessoas com os diabetes tipo 1 e 2 no Brasil subiu 61,8%, de acordo números do Ministério da Saúde. O público mais afetado são as mulheres – 1 em cada 10 estão diagnosticadas com a doença. Maiores índices de sedentarismo e de obesidade fazem delas as principais vítimas do diabetes, afirmam especialistas.
Não por coincidência, a obesidade também saltou 60% entre 2007 e 2016 – hoje 18,9% da população é considerada obesa, de acordo com dados do governo. Entre o grupo feminino, porém, esse índice é um pouco mais elevado: atinge 19,6% das mulheres. Quando o critério é sobrepeso, o resultado é pior: mais da metade (53,8%) dos brasileiros pesa mais do que deveria.
Para o médico João Eduardo Nunes Salles, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), as doenças são irmãs. “O aumento do diabetes se dá basicamente pelo aumento da obesidade e do sedentarismo, é a mesma relação. As pessoas morrem de medo de ter diabetes, mas não tem medo da obesidade”, alerta.
Neste ano, uma campanha nacional de prevenção para o Dia Mundial do Diabetes – comemorado nesta terça – organizada pelas duas sociedades médicas tem como tema “Mulheres e Diabetes – Nosso direito a um futuro saudável”. Até esta quarta, haverá ações voltadas principalmente para o público feminino em todas as capitais brasileiras.
Por que há mais casos entre as mulheres
Em dez anos, o diagnóstico do diabetes saltou de 6,3% para 9,9% da população feminina, índice bem maior que o registrado entre os homens (7,8% da população masculina) e mais alto que a média nacional (8,9%).
Em geral, a doença afeta pessoas com menos anos de estudo e aquelas acima dos 55 anos. As mulheres com mais de 35 anos com obesidade abdominal, hipertensão arterial e triglicérides elevados são o público com maior risco de desenvolver a doença.
A obesidade abdominal ocorre entre aqueles com circunferência da cintura acima de 88 cm, no caso das mulheres, e de 102 cm, nos homens.
“Todas as mulheres nessa condição estão sob o risco eminente de ter diabetes, mas muitas não se cuidam”, diz Salles. “As mulheres estão ganhando mais peso e cada vez mais precocemente – antes era por volta dos 40 anos de idade, mas agora ocorre muito mais cedo. Isso faz com que elas apresentem um risco maior de desenvolver o diabetes”, afirma. Clique aqui para ler mais.