Um amigo me enviou o áudio de uma extraordinária entrevista da rádio CBN com a ensaísta, escritora e crítica literária Heloísa Buarque de Holanda, 81, uma entrevista que todo mundo, homens e mulheres, deveria ouvir atentamente. Em pouco mais de meia hora, Heloísa desmistifica de vez essa questão de ser ou não feminista: feminismo, ela explica, é defender que homens e mulheres tenham os mesmos direitos. É exatamente o contrário do machismo, que reforça a todo instante a superioridade do homem sobre a mulher.
Como vivemos imersos em uma sociedade profundamente patriarcal, as palavras feminismo e feminista, com o tempo, foram sendo deturpadas, passando a identificar pessoas extremistas, mulheres que são radicalmente contra os homens. E, sabemos, não é nada disso. Queremos apenas ser livres para exercer nossos direitos, assim como fazem eles.
Para começar esse 2021 com uma boa reflexão sobre os caminhos que essa grande causa está tomando, é preciso ouvir essa entrevista de Heloisa Buarque de Holanda (nenhum parentesco com Chico Buarque), na qual ela mostra como feminismo e racismo estão interligados, conta que feministas brasileiras abandonaram os conceitos feministas vindos de fora e focam a sua luta de acordo com a realidade do nosso país, explica como essa cultura de inferiorização da mulher está permeada em tudo na sociedade e fala de seu entusiasmo com a nova geração de feministas. Ela também comenta o novo livro que vai lançar nesse mês de janeiro: As 29 Poetas Hoje (Companhia das Letras ).
Feminista ou não, ouvir a entrevista de Heloisa Buarque de Holanda é uma excelente pedida para começar esse novo ano.
Ouça: