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Ninguém mais vê a bela e aclamada supermodelo canadense Linda Evangelista em público, há cerca de cinco anos. Desde que ela, sinônimo de glamour nos anos de 1990, fez um mal sucedido tratatamento estético conhecido como criolipólise, usado para eliminar gorduras localizadas. Linda sofreu um efeito colateral raro, hiperplasia adiposa paradoxal, o que fez com que ficasse, segundo ela própria, “brutalmente desfigurada.” O grande drama da supermodelo, que o mundo conheceu ao lado de Kate Moss, Naomi Campbell e Cindy Crawford, é que a deformidade permanecerá para sempre. Na semana passada, ao revelar por que anda desaparecida, ela escreveu que o procedimento estético “não só destruiu o meu sustento, mas me colocou em um ciclo de profunda depressão, profunda tristeza e nas mais baixas profundezas da auto-aversão.” Ela está pedindo uma indenização de 50 milhões de dólares, equivalente a mais ou menos 260 milhões de reais.
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Não há nome que é mais sinônimo de glamour dos anos 90 do que Linda Evangelista. Uma das supermodelos originais, que muitos consideram a maior de todos os tempos, Evangelista deixou uma marca indelével na indústria da moda, de seus momentos icônicos de passarela a imagens de editoriais inesquecíveis. Mas, embora suas contemporâneas, como Kate Moss, Naomi Campbell e Cindy Crawford, tenham permanecido no centro das atenções, Evangelista tem estado visivelmente ausente – e agora ela está corajosamente se abrindo sobre o porquê.
Em 22 de setembro, Evangelista foi ao Instagram para revelar que ela está “permanentemente deformada” após ter uma reação adversa ao procedimento de congelamento de gordura Coolsculpting, dizendo que “não só destruiu o meu sustento, mas me colocou em um ciclo de profunda depressão, profunda tristeza e nas mais baixas profundezas da auto-aversão”.
A complicação rara que Evangelista experimentou é a hiperplasia adiposa paradoxal (HAP), que é um efeito colateral extremamente raro da criolipólise, o termo técnico para Coolsculpting. De acordo com Joshua Zeichner, diretor de pesquisa cosmética e dermatológica no Mount Sinai, rede hospitalar da cidade de Nova York, durante um tratamento de criolipólise, temperaturas frias são usadas para destruir permanentemente células de gordura nas áreas tratadas, permitindo que o corpo seja esculpido.
Estima-se que um em cada 20.000 pacientes que realizam o procedimento desenvolva crescimento de gordura na área tratada. Quando ocorre, desenvolve-se cerca de dois meses após receber os tratamentos. “Não está claro por que isso acontece e não podemos prever com quem isso vai acontecer”, explica Zeichner. “A teoria atual é que as células de gordura remanescentes são estimuladas a crescer por um mecanismo pouco claro.”
Evangelista diz que não foi avisada sobre esse risco – e que está “brutalmente desfigurada”, mesmo depois de passar por duas cirurgias corretivas diferentes. Em termos de tratamento dos efeitos da hiperplasia adiposa paradoxal, Zeichner acrescenta que o melhor caminho é outro procedimento de redução de gordura como a lipoaspiração.
Depois de cinco anos de sofrimento, Evangelista não está apenas quebrando o silêncio, mas levando a questão aos tribunais. “Com este processo, estou avançando para me livrar da minha vergonha e ir a público com a minha história. Estou tão cansada de viver assim. Eu gostaria de sair pela minha porta com a minha cabeça erguida, apesar de não parecer mais eu mesma.”
À medida que os procedimentos estéticos não invasivos crescem em popularidade, também aumenta a conscientização sobre os raros efeitos colaterais que podem ocorrer – especialmente quando alguém sob os olhos do público se apresenta com franqueza e transparência. “Acho que é ótimo que as celebridades estejam se apresentando para discutir o que fizeram, para compartilhar o que é bom e o que é ruim, para que possamos educar ainda mais o público sobre o que eles podem fazer para tratar problemas estéticos e quais são os riscos reais associados aos tratamentos ”, explica Zeichner.
Desde que Evangelista compartilhou sua história, a indústria tem vindo em massa para apoiá-la. “Obrigado por sua coragem e força”, disse Marc Jacobs, que tem sido radicalmente transparente sobre seus próprios tratamentos estéticos. “Adoro que você esteja recuperando sua história”, escreveu January Jones, que talvez tenha resumido melhor o poder da revelação de Evangelista, acrescentando: “Essa força e bravura substituem qualquer aparência externa superficial. Um ícone é um ícone é um ícone. Sempre.”
Supermodelos são vítimas de sociedade etarista
Outra modelo que parece também sofrer muito com o envelhecimento é a supermodelo tcheca Paulina Porizkova, de 56 anos, colega de passarela de Evangelista.
Paulina é outra que parece, como Linda, sofrer os efeitos da sociedade etarista na própria pele. A supermodelo usa as redes sociais para, agora, exibir sua excelente forma física e narrar suas dietas restritivas. Mas, em outros momentos, se filma aos prantos, exibindo uma fragilidade extrema e desabafa sobre as dores de envelhecimento.
As duas, infelizmente, não serão as últimas vítimas de uma sociedade que exige que mulheres não envelheçam. Muitas, infelizmente, ainda sentirão literalmente na pele o quanto esses ideais de eterna juventude são massacrantes. Algumas com sequelas para sempre. (Fonte: Blog Nina Lemos, do Uol)
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