A indústria da moda se aliou ao governo da Espanha na luta contra o etarismo, o preconceito de idade que vai ganhando força, na medida em que a sociedade envelhece.
A discriminação das pessoas mais velhas é um problema mundial. Aqui mesmo, no Brasil, o 50emais comenta todo dia como o etarismo, voltado principalmente contra a mulher, tem ganhado terreno.
A Zara, grife espanhola, mostra que está em sintonia com os novos tempos, ao escolher a atriz Angela Molina. 67, estrela da nova campanha publicitária da marca.
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A espanhola Angela Molina, 67 anos, é a estrela da nova campanha da Zara. Com a escolha, a gigante da fast fashion espanhola, faz mais uma aposta em ter mais diversidade em seu casting e engrossa o coro na luta contra o etarismo.
Nas imagens da coleção Treze Peças, a atriz espanhola conhecida por participações em filmes como Esse Obscuro Objeto de Desejo e Carne Trêmula, de Pedro Almodóvar e vencedora honorária do prêmio Goya, aparece com seus longos cabelos grisalhos em imagens em preto e branco.
Angela é considerada uma das mulheres mais elegantes da Espanha e um símbolo do envelhecimento natural sem procedimentos. Em entrevista ao jornal El País,, revelou que cirurgias estéticas não lhe despertam nenhum interesse. Muito pelo contrário. “Isso não é beleza. Eu vejo isso como impossível. Não me interessa. Você gostaria de ver sua avó com cara de peixe? Bem, isso”, disse.
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O etarismo – termo cunhado em 1960 pelo gerontologista Robert Butler – vem ganhando luz na Espanha. Recentemente, o Ministério da Saúde lançou uma campanha de conscientização sobre o preconceito de idade com uma série de dicas para combatê-lo.
Entre elas, entender o envelhecimento como outra etapa da vida e combater conceitos negativos e estereotipados com o reconhecimento da diversidade na velhice. As alterações decorrentes da idade devem ser sempre respeitadas. Além disso, também defendem a participação dos idosos na tomada de decisões, especialmente aquelas em que estão envolvidos.
“O etarismo faz parte da nossa compreensão do próprio envelhecimento, das nossas relações intergeracionais e perpetua concepções estereotipadas do idoso, limitando a nossa compreensão da diversidade que existe na velhice e tornando-se uma atitude comum nas nossas relações familiares e pessoais e nas nossas práticas profissionais, com consequências tanto para os idosos como para a sociedade”, disseram em comunicado.
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