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Eu não me canso de publicar no 50emais artigos e reportagens mostrando o quanto é essencial, sobretudo na vida de quem tem mais de 50, a prática do exercício físico.
Já escrevi aqui mais de uma vez que me exercito religiosamente todos os dias, através de caminhadas e de alongamentos. Tenho 71 anos e me sinto muito bem disposta.
Mas, se paro, por poucos dias que seja, eu fico ruim. Para mim, a alternativa ao exercício é o antidepressivo. E entre um e outro, claro, fico com as caminhadas.
Por isso, estou postando esta importante reportagem de Bernardo Yoneshigue para O Globo sobre o resultado da análise das atividades físicas de 100 mil mil pessoas, ao longo de três décadas.
Leia:
Entre os inúmeros benefícios que acompanham uma rotina de exercícios físicos, está a queda no risco de morte. Para isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um cronograma de 150 a 300 minutos por semana de atividades consideradas moderadas, ou de 75 a 150 daquelas chamadas de vigorosas, que são mais intensas.
No entanto, não se sabia com clareza se aumentar a frequência para além do orientado pelas diretrizes poderia trazer mais benefícios. Agora, um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, junto a especialistas de outros países, descobriu até quanto tempo vale a pena aumentar os exercícios.
Publicado na revista científica Circulation, o trabalho analisou dados de mais de 100 mil americanos durante um período de três décadas, de 1998 a 2018. Em relação às quantidades de atividades físicas já recomendados pela OMS, os responsáveis pelo estudo confirmaram que promovem de fato uma redução considerável na mortalidade.
Essa queda ficou entre 20% a 21% para a rotina com atividades moderadas, e em cerca de 19% para a de exercícios vigorosos. O professor de medicina preventiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Leandro Rezende, um dos autores do estudo, explica como diferenciar de forma simples cada modalidade.
— De forma resumida, atividade moderada é basicamente aquela em que você consegue conversar com outra pessoa durante o exercício — afirma Rezende.
— Nossos achados comprovam que as atividades reduzem a mortalidade por todas as causas, com uma redução de 19% a 21%, para quem cumpre as recomendações da OMS. Mas vimos que pessoas que relataram uma frequência de duas a quatro vezes maior que o orientado apresentaram ainda mais benefícios, chegando a uma redução de 31% — explica o professor da Unifesp.
Ele explica que uma rotina de 300 a 600 minutos por semana de atividade moderada aumentou o percentual para 26% a 31%. Já adotar uma frequência de 150 a 300 minutos por semana de exercícios vigorosos levou a um risco de morte de 21% a 23% menor. Não foram observados benefícios maiores nos grupos que foram além desses períodos, mas também não foram constatados efeitos negativos.
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Leandro acrescenta, no entanto, que embora o benefício seja maior para quem adota rotinas com mais atividades físicas, o mais importante é tentar cumprir ao menos a recomendação da OMS – algo que muitas pessoas ainda não fazem.
— Na análise era um número pequeno de pessoas que realizavam os exercícios de duas a quatro vezes além do recomendado. Porque hoje já é difícil que as pessoas atinjam essa recomendação — diz o médico.
Outro ponto que o estudo mostrou é que, para aqueles que não conseguem cumprir o mínimo de 150 minutos de atividades moderadas por semana, adicionar uma atividade vigorosa pode ajudar a reduzir a mortalidade.
— Mas se a pessoa já cumpre a recomendação com as atividades moderadas, trocar por uma intensa não apresentou benefício adicional. Se ela já caminha cinco vezes por semana, por exemplo, ela correr um dia em vez de caminhar não vai alterar o risco de mortalidade. Mas se a pessoa não chega no orientado com atividades moderadas, trocar por atividades intensas, sem reduzir o tempo, leva sim a benefícios adicionais — explica Rezende.
O professor da Unifesp também participou de outro estudo, publicado na revista científica JAMA Internal Medicine no início do mês, que comprovou que as vantagens para diminuir o risco de morte ocorrem mesmo quando a quantidade recomendada para a semana é realizada apenas no sábado e no domingo.
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Avaliando dados de mais de 350 mil pessoas, entre 1997 e 2013, os pesquisadores observaram que aqueles que realizavam o mínimo de 150 minutos de atividade física moderada durante o final de semana não apresentaram redução significativamente menor na mortalidade que a vista entre os participantes que distribuíram esse tempo durante os dias úteis.
— Ambos (os estudos) comprovam os benefícios da atividade física na redução da mortalidade. Mas enquanto o mais recente fala sobre os benefícios de aumentar o tempo dessa atividade, o outro reforça que o mínimo recomendado, mesmo sem ser espaçado durante a semana, já traz benefícios.
A mensagem para quem só tem dois dias na semana para fazer atividades físicas é: faça que vão ter benefícios. Mas para quem tem mais dias disponíveis, uma boa ideia para a saúde é adotar um volume maior que o recomendado — orienta ele.