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O preocupante neste estudo da Organização Mundial da Saúde é o fato de tanta gente, quase metade das mais de 50 milhões de pessoas sofrendo de pressão alta no Brasil não ter conhecimento disso e, portanto, seguir sem qualquer tratamento.
A hipertensão é responsável pelo AVC – acidente vascular cerebral -, por doenças cardíacas, problemas sérios de rins, enfim, uma vez diagnosticada, é preciso iniciar imediatamente o tratamento.
O quadro mundial revelado pelo estudo da OMS é impressionante: um terço da população do planeta sofre desse mal, que pode ser revertido com dieta e exercício físico, como mostra este artigo do site minhavida.com.br.
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Um relatório inédito, publicado pela Organização Mundial da Saúde no último dia 19, mostra o impacto global da hipertensão arterial. De acordo com o estudo, um terço da população mundial sofre com a doença. No Brasil, há 50,7 milhões de hipertensos, o que representa 25% da população brasileira.
No Mundo
Além disso, segundo o relatório, aproximadamente quatro em cada cinco pessoas com hipertensão não recebem o tratamento adequado. No entanto, se os países conseguirem expandir a cobertura, 76 milhões de mortes poderão ser evitadas entre 2023 e 2050. Quando não tratada corretamente, a hipertensão pode causar acidente vascular cerebral (AVC), infarto, danos renais e outros problemas de saúde.
Ainda de acordo com o relatório da OMS, o número de pessoas com hipertensão dobrou entre 1990 e 2019, passando de 650 milhões para 1,3 bilhão. Apesar disso, quase metade das pessoas com a doença não tem conhecimento da sua condição, o que reduz a aderência ao tratamento. Mais de três quartos dos adultos hipertensos vivem em países de baixa e média renda.
No Brasil
No Brasil, o levantamento mostrou que a probabilidade de uma pessoa com hipertensão morrer precocemente é de 15%. Em 2019, 381 mil morreram por doenças cardiovasculares e 54% tinham quadros de pressão alta. Para a OMS, a expectativa é de que 365 mil vidas sejam poupadas até 2040 se o Brasil ultrapassar a marca de 40% dos casos de hipertensão controlados. Atualmente, esse percentual está em 33%.
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“A hipertensão pode ser controlada de forma eficaz com regimes de medicação simples e de baixo custo e, no entanto, apenas cerca de uma em cada cinco pessoas com hipertensão a controlam”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
Prevenção e tratamento da hipertensão
A hipertensão é um quadro caracterizado pela pressão arterial igual ou superior a 140/90 mmHg. De acordo com a OMS, a idade avançada e a genética são fatores de risco, mas alguns hábitos podem favorecer o surgimento da doença, como uma dieta rica em sal, falta de exercícios físicos e o consumo elevado de álcool.
Na maioria das vezes, a hipertensão não apresenta sintomas e, por isso, a adesão ao tratamento é mais difícil. O diagnóstico costuma ser feito a partir de exames de rotina que medem a pressão. A partir do momento que a doença é descoberta, o tratamento adequado deve ser iniciado.
“Os programas de controle da hipertensão continuam sendo negligenciados, pouco priorizados e amplamente subfinanciados. O fortalecimento do controle da hipertensão deve fazer parte da jornada de todos os países rumo ao acesso universal de saúde, com base em sistemas de saúde que funcionem bem, sejam equitativos e resilientes, construídos sobre uma base de atenção primária à saúde”, completou.
Riscos do abandono de tratamento
O foco do tratamento é controlar o quadro de hipertensão, visando a melhora na qualidade de vida e a prevenção de complicações. Alguns remédios podem ser usados para tratar a doença, como betabloqueadores, diuréticos, antagonistas de cálcio, entre outros.
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Além disso, mudanças no estilo de vida são essenciais para tratar a doença, como manter o peso adequado, não abusar do sal, praticar atividade física regular, aproveitar momentos de lazer, abandonar o fumo, moderar o consumo de álcool, evitar alimentos gordurosos e controlar o diabetes e outras comorbidades.
O abandono ao tratamento pode aumentar os riscos de ter complicações de saúde decorrentes da hipertensão, como AVC, infarto do miocárdio, doença renal crônica e insuficiência cardíaca.
“O paciente só está autorizado a diminuir a dose ou eventualmente suspender o tratamento, quando a pressão tende a ficar muito baixa – o que só pode ser determinado por um especialista”, alertou o cardiologista César Jardim, do Hcor.
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