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Já escrevi mais de uma vez, se houve algo positivo nessa história de Bauru é que fez com que o Brasil passasse a falar do preconceito contra pessoas que que já não são mais jovens. A ponto de discriminar, por julgá-la velha para estudar, uma mulher de 44 anos.
Enquanto a população envelhece a passos largos, o preconceito também avança, se manifestando a toda hora no banco, na farmácia, no supermercado, na rua… em todo lugar.
Como uma pessoa de 72 anos, eu, e tantas outras mulheres, poderia escrever um livro sobre as vezes em que me vi vítima do etarismo.
O assunto está sendo tão explorado que, às vezes, cansa. Mas é necessário falar desse comportamento condenável contra os mais velhos. É preciso educar a população para lidar com essa parcela da população, que já é imensa e só cresce. Um quarto da população brasileira tem mais de 50 anos.
Neste artigo, Silvia Ruiz, do blog Agelessa, publicado por O Globo, ensina cinco maneiras de enfrentar esse tipo de preconceito.
Leia:
Na última semana, o caso das estudantes universitárias de Bauru que debocharam da colega de 40 anos (Patricia Linares) virou conversa em dez entre dez lares brasileiros, nas redes sociais, na TV.
O preconceito sofrido por ela, o etarismo, entrou na boca do povo. Também conhecido como ageísmo, é a discriminação baseada na idade, que pode afetar pessoas em diversos aspectos da vida, incluindo o ambiente de trabalho ou o meio acadêmico, como foi o caso.
Infelizmente, muitas pessoas acima de certa idade são vítimas de etarismo no trabalho ou em outras situações, o que pode afetar sua autoestima, confiança e produtividade, e pasme, até a saúde.
Sim, etarismo afeta não apenas a maneira como nos vemos e nos sentimos. É um preconceito que afeta saúde como um todo. A mental, aumentando o risco de depressão, ansiedade e outros problemas emocionais.
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Aumenta o estresse, que pode levar a problemas de saúde como doenças cardíacas, problemas de sono, fadiga e distúrbios digestivos. E também pode causar problemas físicos.
O etarismo pode levar a uma atitude negativa em relação ao envelhecimento e a ideia de que as pessoas mais velhas são menos capazes ou têm menos valor. Isso pode levar a um cuidado inadequado da saúde, menos recursos destinados à saúde e maior risco de problemas de saúde crônicos, como diabetes, doenças cardíacas e artrite, por exemplo.
E o que podemos fazer ao nos deparar com situações como a da aluna que viveu o preconceito na faculdade? Devemos nos posicionar, buscar ajuda e lutar pela conscientização do problema:
1. Conheça seus direitos
É importante que as pessoas vítimas de etarismo conheçam seus direitos e as leis que protegem contra a discriminação. Existem leis que protegem contra o etarismo no trabalho e em outros contextos. Informe-se sobre os seus direitos e, se necessário, procure aconselhamento jurídico.
2. Fale sobre o assunto
Muitas vezes, as pessoas vítimas de etarismo preferem manter silêncio e não falar sobre o assunto, por medo de serem julgadas ou por não quererem causar problemas. No entanto, falar sobre o assunto com colegas, superiores ou outras pessoas pode ajudar a conscientizá-las sobre o problema e a buscar soluções. Além disso, buscar apoio de amigos e familiares pode ser importante para lidar com o impacto emocional da discriminação.
3. Mantenha a calma e a confiança
Embora seja natural sentir raiva ou frustração diante do etarismo, manter a calma e a confiança pode ser importante para lidar com a situação de forma assertiva. Ao reagir de forma respeitosa, firme e segura, as pessoas vítimas de etarismo podem mostrar que merecem ser respeitadas e valorizadas, independentemente da idade.
4. Foque em seus pontos fortes
Ao ser vítima de etarismo, é comum sentir-se desvalorizado e inseguro. No entanto, é importante lembrar que a idade não define a capacidade de uma pessoa. Foque em seus pontos fortes, experiências e habilidades, e mostre que você é capaz de contribuir de forma valiosa para a organização. Busque oportunidades para desenvolver novas habilidades e atualizar-se, para que possa se manter competitivo e relevante.
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5. Busque apoio e recursos
Procure grupos de apoio em redes sociais, programas de mentoria ou outras iniciativas que possam ajudá-lo a lidar com o etarismo e a desenvolver sua carreira ou seus estudos.
O mais importante é que, embora o etarismo ainda seja um preconceito socialmente aceito, a gente precisa ter consciência de que não é normal, não é brincadeira. Não vamos aceitar calados. Estamos juntos.
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