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Geraldo Vandré, o lendário cantor, compositor e símbolo da resistência ao golpe militar de 1964, vai comparecer nesta terça-feira, 23 de maio, no Cine Bijou paulistano, em São Paulo, às 19h, à sessão em que será mostrado o filme A Hora e a Vez de Augusto Matraga, baseado na obra prima de Guimarães Rosa, de Roberto dos Santos, lançado em 1965, com trilha sonora dele, Vandré.
A presença do cantor, de 88 anos, está sendo muito aguardada, porque há muito ele não é visto em público. As informações são de que estaria vivendo com uma irmã, em um apartamento, no Rio de Janeiro, de onde praticamente não sai.
Autor de “Para Não Dizer Que Não Falei de Flores” e “Disparada”, na época, verdadeiros hinos daqueles que se posicionavam contra a situação política do Brasil, Vandré foi perseguido e, com a ajuda de amigos, conseguiu sair do Brasil. Viveu no Uruguai, Chile e em países europeus.
Depois de quatro anos e cinco meses, em 1973, voltou do exílio. Afastou-se dos palcos e, numa atitude polêmica e incompreendida por muita gente, aproximou-se das Forças Armadas, às quais dedicou, em 1985, o poema “Fabiana.” De lá para cá, viveu boa parte do tempo recluso.
Tudo isso ajuda a alimentar o mistério em torno de Geraldo Vandré. E cria enorme expectativa quando é anunciado que ele aparecerá em público, como está previsto para esta noite, em São Paulo.
Veja o trailer do filme:
Depois da apresentação de “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”, Vandré participará de um debate sobre o filme, ao lado de Marília Santos e de outros convidados.
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