Elza Soares é aquele tipo de cantora que ganha notoriedade, torna-se famosa, depois, é deixada no ostracismo. E só muitos anos mais tarde, resgatada do esquecimento, volta a ser reconhecida como a estrela de primeira grandeza que é.
Devemos a Caetano Veloso o gesto providencial de apresentar Elza novamente ao Brasil, ao convidá-la para gravar com ele a música”Língua“, do álbum Velô, de 1984. Às vésperas de completar 90 anos (em junho), a cantora, que casou-se aos 13 anos e perdeu quatro dos sete filhos, nunca foi tão reverenciada.
Ganhou em vida uma alentada biografia, escrita por Zeca Camargo, e acaba de receber dos paulistanos a homenagem maior do Dia Internacional da Mulher, neste domingo(8): um painel de 870 m2 num edifício localizado em uma das principais vias de São Paulo, a Rua da Consolação.
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Eu estive lá e vi de perto o imenso rosto, que tem de um lado a palavra Deusa e do outro, Elza. Foi criado por Francio de Holanda – presente do bloco de carnaval Acadêmicos do Baixo Augusta a São Paulo. Causa um enorme impacto com seus 35 metros de altura.
Uma homenagem justa àquela que é símbolo da luta pelos direitos das mulheres, sobretudo das mulheres negras, no Brasil; à artista que substituiu Ella Fitzgerald em shows na Europa (década de 1970) e ganhou da BBC de Londres, no final do século 20, o título de “A Melhor Cantora do Milênio.”
Salve, Elza!
Ouça o álbum que ela lançou em 2018: