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Um excelente artigo da nutricionista Priscella Primi sobre onde estão escondidas aquelas calorias que não permitem o nosso emagrecimento, embora a gente esteja sempre tentando seguir algum tipo de dieta. A experiência atendendo pacientes em seu consultório, diz Dra. Priscilla, mostrou que os grandes vilões que nos impedem de emagrecer estão no final de semana. Durante os dias da semana, as pessoas, de uma maneira geral, se alimentam de maneira saudável, com frutas, legumes, cereais. Mas, quando chega no sábado e no domingo, liberam geral, consumindo até frituras.
A nutricionista também chama a atenção: é preciso ter muito cuidado com produtos que trazem no rótulo as palavras light, diet e zero. Veja por quê:
Quantas vezes você fez dieta e não emagreceu? Aqueles regimes em que é proibido comer X, Y, Z, e o ponteiro da balança continua estacionado? Mesmo comendo como um “passarinho”, você tem a sensação de que seu metabolismo resolveu fazer greve e trabalhar em marcha lenta? Muitos pacientes chegam com a mesma queixa ao consultório: não entendem a razão de estarem acima do peso mesmo tendo uma alimentação regrada.
Antes da consulta, peço que preencham um questionário e descrevam como se alimentam habitualmente. Na maioria das vezes, ao ler as respostas, penso: com uma alimentação restrita e equilibrada, por que não há perda de peso? Onde está o erro?
É um mistério que tento descobrir. Na consulta presencial, a diferença entre o que está no papel e a realidade, entre o planejado e o executado.
O fim de semana parece ser o grande responsável por esconder as calorias. De segunda a sexta, a alimentação é digna de um cardápio de spa: muitas verduras, frutas, grãos, carnes magras, nada de doce e álcool. Quando pergunto sobre o fim de semana, vem a confissão: “Ah, aí é esculhambação! Pizza, hambúrguer, fritura, bolo, vinho, cerveja, chocolate e por aí vai”.
O que deve ser lembrado é que para haver emagrecimento é necessário o déficit calórico, ou seja, temos que consumir menos do que gastamos. Imagine a seguinte situação: de segunda a sexta, com alimentação light, consumimos quinhentas calorias a menos do que gastamos por dia. Assim, ao final da sexta-feira, estamos com um déficit de duas mil e quinhentas calorias. No sábado, o almoço é feijoada com caipirinha e torresmo e, no jantar, um combo com sanduíche, fritas e sobremesa. Domingo, churrasco com cerveja, picanha e linguiça. À noite, pizza e vinho pra fechar. Saldo do fim de semana: três mil calorias além das necessárias para manutenção do peso. Resultado final dos sete dias? Quinhentas calorias a mais, ou seja, superávit calórico. Com essa alimentação, você aumentará o seu peso.
A medida dos utensílios é um outro famoso esconderijo de calorias. É verdade que não existe uma padronização nas medidas caseiras, o tamanho das xícaras difere bastante entre um tipo e outro: a maioria das pessoas adota as canecas (as “mugs” americanos) no dia a dia, que são bem maiores do que as xícaras que compõem um jogo de chá tradicional. Quando o nutricionista elabora uma estratégia de emagrecimento para contabilizar os nutrientes e as calorias, usa-se como referência a xícara-padrão, menor do que as “mugs”. Essa diferença implica em mais consumo e, consequentemente, números extras de calorias. Isso sem contar os tamanhos das porções: uma colher cheia tem o dobro da quantidade de alimento de uma colher rasa. Por isso, se não houver disciplina e atenção na hora de se servir, você poderá comer o dobro do que está calculado para o seu déficit calórico. O óleo adicionado nas preparações pode abrigar muitas calorias. O hábito de cozinhar com muito óleo ou usar técnicas de preparo que absorvam gordura, como fritar ou confitar, pode dobrar o número de calorias de uma alimento.
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Cuidado com os produtos light, diet e zero. Ao ler essas descrições nas embalagens, imaginamos que podemos comer à vontade, que são alimentos liberados. Eles possuem calorias sim! Para melhorar o sabor e a textura é adicionada mais gordura no lugar do açúcar, tornando a versão diet mais calórica do que a tradicional. Além disso, alguns fabricantes apelam para o “sem açúcar” em letras garrafais nas embalagens. Ao lermos os ingredientes no rótulo, descobrimos o ingrediente com outros nomes: sacarose, glicose, maltodextrina. Vale sempre ler o rótulo e estar atento aos alimentos que estão no seu planejamento alimentar.
Como dizia a minha avó, “o diabo mora nos detalhes” e o fracasso no emagrecimento também.
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