Neste final de semana, o jornal O Globo publicou uma longa entrevista com a atriz Marieta Severo, 74, na qual ela fala de suas angústias pessoais, como a torcida pela recuperação do marido, o teatrólogo Aderbal Freire Filho, 80, vítima de um AVC – Acidente Vascular Cerebral -, no ano passado. E também fala de suas preocupações com o rumo que o Brasil vai tomando, da asfixia da cultura e da trajetória acidentada que o país vem trilhando nos últimos dois anos. Sobre seu novo visual, de cabelos bem brancos, ela brinca que a libertação veio com a pandemia.
Selecionei poucos trechos da entrevista dessa grande artista. Leia:
Marieta Severo estranha quando se olha no espelho. Ainda não se acostumou com os cabelos brancos. Mas está “felicíssima” após passar quase 30 de seus 74 anos retocando os fios com tinta escura. A pandemia a libertou (“eu e a um monte de mulheres, o que é maravilhoso!”). Quem dá de cara com a atriz pessoalmente tem a impressão de que ela nasceu para o novo penteado. Ele contrasta com a pele morena e coroa a elegância de seu corpo esguio.
Em junho do ano passado, Aderbal Freire-Filho, seu companheiro há quase 20 anos, sofreu um AVC. Os dois viviam um casamento em lares separados, mas depois do episódio, Marieta o acolheu. É na casa dela, em meio a um esquema hospitalar, que o diretor teatral encara, consciente, a batalha para recobrar os movimentos (“acredito que ele vai conseguir recuperar algo da vida dele e da nossa”).
O medo da morte ficou ainda mais concreto quando a atriz contraiu Covid em dezembro. Ficou internada a poucos metros do marido, no mesmo hospital. Diante do diagnóstico de quase 50% do pulmão comprometido, perguntou ao médico: “Vou ser intubada e morrer?”. Felizmente, escapou dessa.
E agora grava a próxima novela das 9 “Um lugar ao sol”. Ela interpreta Dona Noca, uma cozinheira batalhadora e cheia de jogo de cintura que criou a neta (Andréia Horta).
— É o personagem mais positivo que já fiz. Ela tem muita sabedoria de vida. Superou momentos difíceis e os transformou em coisas construtivas. Noca sempre me resgata.
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