Nascida em Moçambique, Paulina Chiziane é uma das escritoras africanas mais conhecidas no Brasil. Tem vários livros lançados aqui e sua obra é objeto de teses e dissertações no país. Ela acaba de ganhar, aos 66 anos, o Prêmio Camões 2021 – “a mais prestigiosa honraria conferida a escritores lusófonos, patrocinada pelos governos de Brasil e Portugal.” Paulina militou no movimento que lutava pela independência de Moçambique(1975). Desiludida com os rumos que o país tomou, depois de romper os laços com Portugal, passou a se dedicar mais ainda aos seus escritos.
Com o Prêmio Camões, a escritora, de origem humilde, que enfatiza as questões sociais de Moçambique em sua obra, torna-se a primeira mulher de países de lingua portuguesa na África a ser distinguida com o prêmio. A Companhia das Letras lançou este ano uma nova edição do romance da escritora “Niketche: Uma história de poligamia”, contando a história de uma mulher que procura as outras mulheres de seu marido, depois de descobrir que elas existem.
No vídeo que você vai ver abaixo, Paulina fala da sua surpresa com a premiação: “Não contava com isso. Recebi a notícia e disse: ‘Meu Deus! Eu já não contava com essas coisas bonitas!’ É muito bom. Esse prêmio é resultado de muita luta. Não foi fácil começar a publicar sendo mulher e negra. Depois de tantas lutas, quando achei que já estava tudo acabado, vem esse prêmio. O que eu posso dizer? Eu vim do chão. Para uma pessoa que veio de lugar nenhum, esse Prêmio, sem dúvida, é motivo de inspiração para outras gerações. É uma grande alegria,” diz ela, cheia de contentamento.
Veja que beleza o depoimento dela:
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