O que Xuxa, Cristiana de Oliveira, Nelson Motta, Fafá de Belém, Sarah Jessica Parker(Sex in the City) têm em comum? Todos eles se queixaram nos últimos tempos de serem vítimas de preconceito de idade. A mais recente celebridade a entrar na lista dos que protestam contra o etarismo é o cantor Guilherme Arantes, 68.
“Dá prazer ficar fazendo pouco da passagem do tempo dos outros? Ou alivia a própria sensação de fragilidade de quem fala essas coisas ?” Pergunta ele diante da observação de uma fã, quando viu um vídeo dele cantando no início da carreira, em 1983. Ela escreveu: “Parece neto do Guilherme de hoje.”
Guilherme Arantes não achou graça.
Veja o que escreveu:
“Diante de um vídeo meu, onde estou cantando ‘Pedacinhos’ na televisão, em 1983 , com 30 anos de idade, uma pessoa querida, que se diz fã, coloca a seguinte observação: “Parece neto do Guilherme de hoje.”
Hoje, este Guilherme parece avô dele mesmo naquela época.
Ora, Que constatação óbvia, as pessoas gostam de ser brincalhonas.
Hoje, perto dos 70 anos, eu seria avô de mim mesmo, com 30. Ou eu era novinho demais para a idade na época , ou hoje eu estou velho demais para a minha idade atual. Será?
Qual é o problema em viver?
É importante isso, a embalagem, a carcaça?
Nunca está bom para o mundo? Quando fica bom para o mundo? Ah… Quando morremos com 27 como manda o figurino do starsystem? Então naquela época, com 30, eu já estava deixando muito a desejar, com morte atrasada?
Não é notável que aos 30 eu estivesse fazendo e cantando, aliás desde a primeira canção, com 22, aliás composta aos 15 anos, e ao longo de mais de meio século, toda uma torrente até hoje interminável, inesgotável de músicas perfeitas para qualquer idade e qualquer tempo ou época, da miserabilidade humana no tempo e no espaço?
Dá prazer ficar fazendo pouco da passagem do tempo dos outros? Ou alivia a própria sensação de fragilidade de quem fala essas coisas?
Quando éramos jovens, conseguindo fama e glórias, e principalmente, conquistamos com isso a admiração e o coração das pessoas, parece que alguns armazenam esse rancor, para depois, um dia, devolverem em forma de observações jocosas, do tipo : “Hoje ele parece avô dele mesmo…”
Mas não é natural que todo mundo que insiste em continuar vivo… acabe se parecendo avô do que se foi um dia?
Que confusão na minha cabeça , agora deu um nó!
Dá licença…
Mas eu tenho muito o que viver!!!!
Só rindo!
Vamos rir!”
Veja ele cantando, em 1976, “Meu mundo e nada mais”, apontada pela revista Rolling Stones uma das 100 melhores músicas brasileiras de todos os tempos:
Neste vídeo, você vai ver Guilherme Arantes, 40 anos mais tarde, em 2016, interpretando a mesma música: