Sandra Passarinho, 50emais
Quem faz essa afirmação é o economista, pesquisador e coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, Carlos Gadelha, um dos mais importantes especialistas do setor no Brasil. Entrevistado pela jornalista Sandra Passarinho para o 50emais, Gadelha explica que a pandemia da Covid-19 escancarou a dependência tecnológica brasileira na área farmacêutica. “Noventa por cento dos insumos farmacêuticos ativos – IFA – são importados,” diz ele, referindo-se aos componentes fundamentais na produção de vacinas e de outros medicamentos. O especialista lembra a carência do país mesmo de produtos simples, como máscaras e luvas, além de respiradores.
Para Carlos Gadelha, a pandemia mostrou que temos de ter a capacidade de acompanhar o avanço tecnológico,de forma a fazer frente às novas cepas do novo coronavírus e aos desafios que o mundo vai enfrentar, como o surgimento de outras pandemias. Enquanto o Brasil sofre de todo tipo de escassez para combater o vírus, outros países conseguiram desenvolver vacinas no surpreendente período de apenas um ano. O recorde anterior era a da cachumba, que consumiu quatro anos de estudos.
“Não vamos esperar esmolas. Na hora do ‘vamos ver’, cada país cuida é de seus próprios interesses,” lembra o especialista. Ao mesmo tempo, ele diz acreditar na capacidade do Brasil de reverter essa situação, pois, “temos uma base industrial. Temos o SUS, um enorme mercado. Temos ciência e tecnologia.”
Veja a entrevista:
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